Compreendendo os outros
245
Aquele que nos fez, suplica diante do transgressor. Nenhum interesse
humano jamais apresentou diante do impenitente tão ternos convites.
É, pois, com essa terna simpatia que devemos agir em favor dos
errantes e pecadores, que estão perecendo à nossa volta. Temos de
trabalhar no espírito com que Cristo trabalhou, com a compassiva
ternura por Ele manifestada. Quando nós, por viva fé, nos apegarmos
às promessas de Deus, quando vivermos de acordo com cada palavra
que procede da boca de Deus, colocar-nos-emos ao lado de Cristo,
e teremos Seu Espírito e Sua graça a atuar com os nossos esforços,
com o objetivo de trazer almas ao conhecimento da vontade divina.
—
Manuscrito 35, 1886
.
Compaixão para com o culpado
— Quão pouco nos ligamos
com Cristo em simpatia naquilo que devia ser o mais forte laço
de união entre nós e Ele — a compaixão para com os depravados,
[262]
culpados, sofredores, mortos em ofensas e pecados! A desumanidade
do homem para com o homem, eis nosso maior pecado. Muitos
pensam que estão representando a justiça de Deus, ao passo que
deixam inteiramente de Lhe representar a ternura e o grande amor.
Muitas vezes aqueles a quem eles tratam com severidade e rispidez
se acham sob o jugo da tentação. Satanás está lutando com essas
pessoas, e palavras ásperas, destituídas de simpatia, desanimam-nas,
fazendo-as cair presa do poder do tentador.
Delicada coisa é o trato com a mente [dos seres humanos]. Uni-
camente Aquele que conhece o coração sabe a maneira de levar o
homem ao arrependimento. Só a Sua sabedoria nos pode dar êxito
em alcançar os perdidos. Vocês podem erguer-se inflexivelmente,
pensando: “Sou mais santo do que tu” (
Isaías 65:5
), e não importa
quão correto seja o seu raciocínio ou quão verdadeiras as suas pala-
vras, elas jamais tocarão corações. O amor de Cristo, manifestado
em palavras e atos, encontrará caminho à alma, quando a reiteração
do preceito ou do argumento nada conseguiria.
Necessitamos mais da simpatia natural de Cristo; não somente
simpatia pelos que se nos apresentam irrepreensíveis, mas pelas
pobres almas sofredoras, em luta, que são muitas vezes achadas
em falta, pecando e se arrependendo, sendo tentadas e vencidas de
desânimo. Devemos dirigir-nos a nossos semelhantes tocados —
como nosso misericordioso Sumo Sacerdote — pelo sentimento de
suas enfermidades. —
A Ciência do Bom Viver, 163, 164
.