Traição e prisão de Jesus
75
secretamente e encontraram em Judas, um dos doze discípulos, a
pessoa para praticar esse ato vil.
Judas tinha naturalmente um forte amor pelo dinheiro, nem sem-
pre fora mau e corrupto a ponto de praticar tal ato. Cultivou, porém,
o espírito de avareza até que esse alcançou pleno domínio sobre
sua vida e, agora, podia vender o seu Senhor por trinta moedas de
[91]
prata, o preço de um escravo.
Êxodo 21:28-32
. Com um beijo traiu
o Salvador no Getsêmani.
Depois de entregá-Lo, seguiu cada passo do Filho de Deus,
desde o jardim até o interrogatório diante dos príncipes do povo.
Não acreditava que Jesus consentiria em ser morto por eles conforme
O ameaçaram.
A cada momento esperava vê-Lo libertado e protegido pelo poder
divino, como havia sido no passado. Mas, à medida que as horas
passavam e Jesus Se submetia pacientemente a todas as injúrias
e insultos, um terrível medo se apossou do traidor, levando-o a
reconhecer que, de fato, ele havia traído Seu Mestre para ser morto.
[92]
Remorso tardio
Quando o julgamento terminou, Judas não pôde suportar mais
a tortura de uma consciência culpada. De repente, uma voz rouca
ecoou no recinto provocando um calafrio de terror em todos os
presentes: Ele é inocente. Poupa-O, Caifás. Nada fez para merecer a
morte!
Mateus 27:3, 4
.
A figura alta de Judas foi vista abrindo caminho pelo meio da
multidão chocada. Seu rosto estava pálido e desfigurado e grandes
gotas de suor caíam da sua fronte. Avançando até o trono do jul-
gamento, atirou aos pés do sumo sacerdote as trinta peças de prata
— o preço da traição. Agarrou ansiosamente as vestes de Caifás
e lhe implorou que libertasse Jesus, pois nEle não havia nenhum
crime. Caifás, porém, o repeliu, dizendo: “Que nos importa? Isso é
contigo.”
Mateus 27:4
.
Judas então se lançou aos pés do Salvador. Confessou que Jesus
era o Filho de Deus e Lhe implorou que livrasse a Si mesmo de
Seus inimigos. Jesus sabia que Judas não havia se arrependido
verdadeiramente do seu ato. O falso discípulo temia a punição pelo