Página 88 - Vida de Jesus (2008)

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Vida de Jesus
Entre os espectadores havia alguns que simpatizavam com Jesus.
Mesmo os sacerdotes e príncipes estavam convictos de que Ele era
quem dizia ser. Mas não se renderam. Haviam induzido a turba a
uma fúria insana e novamente os sacerdotes, os príncipes e o povo
gritaram:
“Crucifica-O, crucifica-O!”
João 19:6
.
Finalmente, com a paciência esgotada diante de uma crueldade
tão vingativa e irracional, Pilatos disse ao povo:
“Tomai-O vós outros e crucificai-O; porque eu não acho nEle
crime algum.”
João 19:6
.
Pilatos fez tudo o que podia para libertar o Salvador; mas os
judeus gritavam:
“Se soltas a Este, não és amigo de César! Todo aquele que se faz
rei é contra César.”
João 19:12
.
Tais palavras atingiram Pilatos em seu ponto fraco. Ele já se
tornara suspeito ao governo romano e tal notícia a seu respeito seria
sua ruína. “Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário,
aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o
povo, dizendo: Estou inocente do sangue dEste Justo; fique o caso
convosco!”
Mateus 27:24
.
Em vão Pilatos tentou se eximir da culpa de condenar Jesus. Se
tivesse agido com energia e firmeza a princípio, fiel à sua própria e
justa convicção, o povo teria que acatar sua decisão e não subjugaria
sua vontade. Sua vacilação e indecisão foram sua ruína. Viu que não
podia libertar Jesus e ainda manter sua posição e honra. Preferiu
sacrificar uma vida inocente a perder sua autoridade terrena. Subme-
tendo-se às exigências do povo, novamente mandou açoitar Jesus, e
O entregou para ser crucificado.
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Mas, apesar de suas precauções, o que mais temia veio sobre ele.
Foi destituído de sua posição de honra, vindo a morrer não muito
tempo depois da crucifixão, ferido em seu orgulho e atormentado de
remorsos.
Do mesmo modo, todos os que se comprometem com o pecado,
só ganharão sofrimento e ruína. “Há caminho que ao homem parece
direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte.”
Provérbios 14:12
.