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O mestre enviado de Deus
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revelação divina. Em vez da norma de verdade conferida pelo Céu,
os homens haviam aceitado outra, de sua própria criação. Tinham-se
desviado da Luz da vida para caminhar nas fagulhas que eles haviam
acendido.
Tendo-se separado de Deus, e confiando unicamente no poder
da humanidade, sua força não era senão fraqueza. Mesmo as normas
estabelecidas por eles próprios, eram incapazes de atingir. A falta
da verdadeira excelência era suprida pela aparência e profissão. A
semelhança tomou o lugar da realidade.
De tempos em tempos levantavam-se mestres que apontavam
aos homens a Fonte da verdade. Enunciavam-se princípios retos, e
vidas humanas testemunhavam de seu poder. Mas tais esforços não
produziam impressão duradoura. Havia breve repressão na corrente
do mal, mas o seu curso decadente não estacionava. Os reformadores
foram como luzes a brilhar nas trevas; mas eles não as puderam
repelir. O mundo amou “mais as trevas do que a luz”.
João 3:19
.
Quando Cristo veio à Terra, a humanidade parecia estar rapida-
mente atingindo seu ponto mais degradante. Os próprios fundamen-
tos da sociedade estavam minados. A vida se tornara falsa e artificial.
Os judeus, destituídos do poder da Palavra de Deus, davam ao mundo
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tradições e especulações que obscureciam a mente e amorteciam
a alma. A adoração de Deus, “em espírito e verdade”, tinha sido
suplantada pela glorificação dos homens em uma rotina infindável
de cerimônias de criação humana. Pelo mundo todo, os sistemas
todos de religião estavam perdendo seu poder sobre a mente e a
alma. Desgostosos com as fábulas e falsidades, e procurando abafar
o pensamento, os homens volviam à incredulidade e ao materialismo.
Deixando de contar com a eternidade, viviam para o presente.
Como deixassem de admitir as coisas divinas, deixaram de tomar
em consideração as humanas. Verdade, honra, integridade, confiança,
compaixão, estavam abandonando a Terra. Ganância implacável e
ambição absorvente davam origem a uma desconfiança universal.
A idéia do dever, da obrigação da força para com a fraqueza, da
dignidade e direitos humanos, era posta de lado como um sonho ou
uma fábula. O povo comum era considerado como bestas de carga,
ou como instrumentos e degraus para que subissem os ambiciosos.
Riqueza e poderio, comodidade e condescendência própria, eram