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Capítulo 46 — Os primeiros reformadores
Por entre as trevas que baixaram à Terra durante o longo período
da supremacia papal, a luz da verdade não poderia ficar inteiramente
extinta. Em cada época houve testemunhas de Deus — homens
que acalentavam fé em Cristo como único mediador entre Deus e
o homem, que mantinham a Escritura Sagrada como a única regra
de vida, e santificavam o verdadeiro sábado. Quanto o mundo deve
a estes homens, a posteridade jamais saberá. Foram estigmatizados
como hereges, impugnados os seus motivos, criticado o seu caráter,
e suprimidos, difamados ou mutilados os seus escritos. No entanto,
permaneceram firmes, e de século em século mantiveram a fé em
sua pureza como sagrado legado às gerações vindouras.
Tremenda tem sido a oposição suscitada sobre a Bíblia, desde
os tempos em que havia pouquíssimos exemplares em existência;
mas Deus não consentira que Sua Palavra fosse totalmente destruída.
Suas verdades não deviam estar ocultas para sempre. Tão facilmente
poderia Ele desacorrentar as palavras da vida como abrir portas de
prisões e desaferrolhar portais de ferro para pôr em liberdade a Seus
servos. Nos vários países da Europa homens eram movidos pelo
Espírito de Deus a buscar a verdade como a tesouros escondidos.
Providencialmente guiados às Santas Escrituras, estudavam as pági-
nas sagradas com interesse profundo. Estavam dispostos a aceitar
a luz, a qualquer custo. Posto que não vissem todas as coisas cla-
ramente, puderam divisar muitas verdades havia muito sepultadas.
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Como mensageiros enviados pelo Céu, saíam, rompendo as cadeias
do erro e da superstição e chamando aos que haviam estado durante
tanto tempo escravizados, a levantar-se e assegurar sua liberdade.
Chegara, porém, o tempo para que as Escrituras fossem tradu-
zidas e entregues ao povo dos vários países em sua língua materna.
Passara para o mundo a meia-noite. As horas de trevas estavam
a se escoarem, e em muitas terras apareciam indícios da aurora a
despontar.
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