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O fim da graça
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removida, e Satanás teve completo domínio sobre os que afinal se
não arrependeram.
Era impossível serem derramadas as pragas enquanto Jesus ofi-
ciava no santuário; mas, terminando ali a Sua obra, e encerrando-se
a Sua intercessão, nada havia para deter a ira de Deus, e ela irrom-
peu com fúria sobre a cabeça desabrigada do pecador culpado, que
desdenhou a salvação e odiou a correção. Naquele tempo terrível,
depois de finalizada a mediação de Jesus, os santos estavam a viver à
vista de um Deus santo, sem intercessor. Cada caso estava decidido,
cada jóia contada. Jesus demorou um momento no compartimento
exterior do santuário celestial, e os pecados que tinham sido con-
fessados enquanto Ele esteve no lugar santíssimo, foram colocados
sobre Satanás, o originador do pecado, que deve sofrer o castigo
deles
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Demasiado tarde! demasiado tarde!
Vi então Jesus depor Suas vestes sacerdotais e envergar Seus
mais régios trajes. Sobre Sua cabeça estavam muitas coroas, estando
uma coroa dentro da outra. Cercado pela hoste angélica, deixou o
Céu. As pragas estavam caindo sobre os habitantes da Terra. Alguns
estavam acusando a Deus e amaldiçoando-O. Outros precipitavam-se
para o povo de Deus e pediam que lhes ensinassem como poderiam
escapar dos Seus juízos. Mas os santos nada tinham para eles. A úl-
tima lágrima pelos pecadores tinha sido derramada; oferecida havia
sido a última oração aflita; arrostado o último peso de cuidados pelos
pecadores, e dada a última advertência. A doce voz de misericórdia
não mais os deveria convidar. Quando os santos e o Céu todo esta-
vam interessados em sua salvação, não tinham eles nenhum interesse
por si. A vida e a morte tinham sido postas diante deles. Muitos dese-
*
Nota. — Este sofrimento de Satanás não é em nenhum sentido uma expiação vicária.
Como indicado em capítulo anterior, “como substituto do homem e penhor, a iniqüidade
dos homens foi posta sobre Cristo”. Ver pág. 225. Mas depois que os que aceitaram o
sacrifício de Cristo foram redimidos, é perfeitamente justo que Satanás, o originador do
pecado, sofra a punição final. Como diz a Sra. White, “ao completar-se a obra de expiação
no santuário celestial, na presença de Deus e dos anjos do Céu e do exército dos remidos,
serão então postos sobre Satanás os pecados do povo de Deus; declarar-se-á ser ele o
culpado de todo o mal que os fez cometer”.
O Grande Conflito entre Cristo e Satanás,
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. — Os Compiladores