Página 32 - Obreiros Evang

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Obreiros Evangélicos
seu erro, que ele se considere como não merecendo a reprovação, e
a rejeite por descabida e injusta.
Responsabilidade por almas
Os ministros de Deus devem chegar a um íntimo companhei-
rismo com Cristo, e seguir Seu exemplo em todas as coisas — em
pureza de vida, abnegação, benevolência, diligência, perseverança.
Ganhar almas para o reino de Deus precisa ser sua primeira preocu-
pação. Com tristeza pelo pecado, e paciente amor, devem trabalhar
como Cristo o fazia, desenvolvendo decidido e pertinaz esforço.
João Welch, ministro do evangelho, sentia tão grande responsa-
bilidade pelas almas, que muitas vezes se erguia de noite para dirigir
a Deus súplicas pela salvação delas. Em certa ocasião, a esposa
insistiu com ele para que cuidasse de sua saúde, e não se arriscasse a
expor-se assim. Sua resposta, foi: “Ó mulher, eu tenho de responder
por três mil almas, e não sei como se encontram.”
Em certa vila da Nova Inglaterra, estava-se cavando um poço.
Quando o trabalho estava quase pronto, estando um homem ainda
no fundo do mesmo, houve um desmoronamento, e ele ficou enter-
rado. Instantaneamente foi dado o alarme, e mecânicos, fazendeiros,
comerciantes, advogados, correram ansiosamente para salvá-lo. Cor-
das, escadas e pás foram trazidas por mãos zelosas e cheias de boa
vontade. “Salvai-o, ó salvai-o!” clamavam.
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Os homens trabalharam com desesperada energia, até que o suor
lhes corria em gotas pela fronte, e os braços tremiam do esforço.
Afinal, foi enfiado um tubo para baixo, pelo qual eles gritaram para
o homem, a fim de saber se estava vivo ainda. Veio a resposta: “Vivo,
mas apressem-se. É terrível aqui.” Com uma exclamação de alegria,
renovaram os esforços, e por fim o homem foi alcançado e salvo, e a
alegria que subiu aos ares parecia penetrar o próprio Céu. “Ele está
salvo!” ecoava por todas as ruas da cidade.
Seria isso zelo e interesse demasiados, demasiado entusiasmo
para salvar um homem? Certamente não era; mas, que é a perda
da vida temporal em comparação com a da alma? Se a ameaça de
perda de uma existência desperta no coração humano sentimento tão
intenso, não deveria a perda de uma alma suscitar solicitude mais
profunda em homens que professam compreender o perigo daqueles