Página 33 - Obreiros Evang

Basic HTML Version

A responsabilidade do ministro
29
que se acham separados de Cristo? Não mostrarão os servos de
Deus tão grande zelo em trabalhar pela salvação de almas como foi
manifestado pela vida daquele homem soterrado no poço?
Com fome do pão da vida
Uma piedosa mulher fez uma vez esta observação: “Oh, quem
nos dera ouvir o evangelho puro como ele costumava ser pregado
do púlpito! Nosso ministro é um bom homem, mas não compreende
as necessidades espirituais do povo. Ele reveste a cruz do Calvário
de belas flores, que ocultam toda a vergonha, escondem todo o
vitupério. Minha alma tem fome do pão da vida. Quão refrigerante
seria para centenas de pobres almas como a minha, ouvir qualquer
coisa simples, clara, escriturística, que nos nutrisse o coração!”
[33]
Há necessidade de homens de fé, que não somente preguem, mas
ajudem ao povo. Homens que andem diariamente com Deus, que
tenham viva ligação com o Céu, cujas palavras tenham o poder de
levar convicção aos corações. Não para fazer exibição de talentos e
inteligência, devem os ministros trabalhar; mas para que a verdade
abra caminho para as almas como uma seta do Todo-poderoso.
Depois de haver pregado um sermão bíblico que levou profunda
convicção a um de seus ouvintes, um ministro foi abordado com a
pergunta:
— Crê o senhor realmente aquilo que pregou?
— Certamente — foi a resposta.
— Mas é isso realmente assim? — indagou o ansioso inquiridor.
— Certamente — disse o ministro, enquanto apanhava a Bíblia.
Então o homem prorrompeu:
— Oh! se isso é verdade, que havemos nós de fazer?
“Que havemos nós de fazer?” pensou o ministro — “nós”? Que
queria dizer o homem? A pergunta, porém, abriu-lhe caminho para
a alma. Saiu dali para suplicar a Deus que lhe dissesse o que ha-
veria de fazer. E, ao orar, sobreveio-lhe, com força avassaladora, o
pensamento de que tinha as solenes realidades da eternidade para
apresentar ao mundo em agonia. Durante três semanas esteve vago
o seu lugar no púlpito. Ele estava buscando uma resposta à pergunta:
“Que havemos nós de fazer?”