Página 636 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Patriarcas e Profetas
Assim pereceu o primeiro rei de Israel, com o crime de suicídio
em sua alma. A vida fora-lhe um fracasso, e sucumbira com desonra
e em desespero, porque pusera sua vontade própria e perversa contra
a vontade de Deus.
A notícia da derrota espalhou-se larga e extensamente, levando
o terror a todo o Israel. O povo fugia das cidades, e os filisteus
tomavam posse destas, sem serem incomodados nisso. O reino de
Saul, independente de Deus, se tinha quase mostrado a ruína de seu
povo.
No dia seguinte ao da luta, os filisteus, examinando o campo da
batalha para roubar aos mortos, descobriram os corpos de Saul e de
seus três filhos. Para completarem seu triunfo, deceparam a cabeça
de Saul e o despojaram de suas armas; então a cabeça e a armadura,
exalando o cheiro de sangue, foram enviadas ao país dos filisteus
como troféu de vitória, “a anunciá-lo no templo dos seus ídolos
e entre o povo”. A armadura finalmente foi posta no “templo de
Astarote”, enquanto a cabeça foi fixa no templo de Dagom. Assim
a glória da vitória foi atribuída ao poder desses falsos deuses, e o
nome de Jeová foi desonrado.
Os cadáveres de Saul e seus filhos foram arrastados a Bete-
Seã, cidade não distante de Gilboa, e próxima do rio Jordão. Ali
foram suspensos com correntes, para serem devorados pelas aves de
rapina. Mas os bravos homens de Jabes-Gileade, lembrando-se do
livramento de sua cidade por Saul, em seus primeiros e felizes anos,
manifestaram agora sua gratidão, retirando os corpos do rei e dos
príncipes, e dando-lhes honrosa sepultura. Atravessando o Jordão à
noite, “tiraram o corpo de Saul e os corpos de seus filhos do muro
de Bete-Se e, vindo a Jabes os queimaram e tomaram os seus ossos,
e os sepultaram debaixo de um arvoredo, em Jabes, e jejuaram sete
dias”.
1 Samuel 31:9-13
. Assim a nobre ação, praticada quarenta
anos antes, assegurou a Saul e seus filhos o sepultamento por mãos
ternas e piedosas, na hora tenebrosa da derrota e desonra.
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