Página 68 - Patriarcas e Profetas (2007)

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Capítulo 7 — O dilúvio
Este capítulo é baseado em
Gênesis 6; 7
.
Nos dias de Noé uma dupla maldição repousava sobre a Terra,
em conseqüência da transgressão de Adão e do homicídio cometido
por Caim. Isto, contudo, não havia grandemente modificado a face
da natureza. Existiam indícios evidentes de decadência, mas a Terra
ainda era rica e bela com os dons da providência de Deus. As colinas
estavam coroadas de árvores majestosas, que sustentavam os ramos
carregados de frutos das trepadeiras. As planícies vastas e semelhan-
tes a jardins estavam revestidas de verdor, e exalavam a fragrância
de milhares de flores. Os frutos da Terra eram de grande variedade,
e quase sem limites. As árvores sobrepujavam em tamanho, beleza e
proporção perfeita, a qualquer que hoje exista; sua madeira era de
belo veio e dura substância, assemelhando-se em muito à pedra, e
quase tão durável como esta. Ouro, prata e pedras preciosas existiam
em abundância.
A raça humana conservava ainda muito do seu primitivo vigor.
Apenas poucas gerações se passaram desde que Adão tivera acesso à
árvore que devia prolongar a vida; e a existência do homem ainda se
media por séculos. Houvesse aquele povo de longa vida, com suas
raras capacidades para planejar e executar, se dedicado ao serviço de
Deus, e teriam feito do nome de seu Criador um louvor na Terra, e
correspondido ao propósito por que Ele lhes dera a vida. Eles, porém,
deixaram de fazer isto. Havia muitos gigantes, homens de grande
estatura e força, afamados por sua sabedoria, hábeis ao imaginar
as mais artificiosas e maravilhosas obras; sua culpa, porém, ao dar
rédeas soltas à iniqüidade, estava em proporção com sua perícia e
habilidade mental.
Deus outorgara a esses antediluvianos muitas e ricas dádivas;
mas usaram a Sua generosidade para se glorificarem, e as tornaram
em maldição, fixando suas afeições nos dons em vez de no Doador.
Empregaram o ouro e a prata, as pedras preciosas e as madeiras
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