Página 139 - Testemunhos Seletos 2 (2008)

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Responsabilidades do médico
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A obra do médico cristão não termina com a cura das doenças
do corpo; seus esforços devem estender-se aos males do espírito, à
salvação da alma. Talvez não seja seu dever, a menos que seja soli-
citado, apresentar quaisquer pontos teóricos da verdade; mas pode
encaminhar seus doentes para Cristo. As lições do Mestre divino
são sempre apropriadas. Devem chamar a atenção do descontente
para os sempre novos sinais de amor e cuidado da parte de Deus,
para Sua sabedoria e bondade, tais como se manifestam nas obras
que criou. A mente pode então ser levada, através da Natureza, ao
alto, ao Deus da Natureza, e concentrada no Céu por Ele preparado
para os que O amam.
O médico deve saber orar. Em muitos casos, ele precisa aumentar
o sofrimento, a fim de salvar a vida; e seja o paciente cristão ou não,
sente-se mais seguro se sabe que seu médico teme a Deus. A oração
dará ao doente uma permanente confiança; e muitas vezes, se seu
caso é levado ao Grande Médico com humilde confiança, isto fará
mais em seu benefício do que todas as drogas que sejam ministradas.
Reconhecer a relação entre o pecado e a doença
Satanás é o causador da doença; e o médico está batalhando
contra sua obra e poder. A enfermidade da mente reina por toda
parte. Nove décimos das enfermidades sofridas pelo homem têm aí
seu fundamento. Talvez algum vivo distúrbio doméstico está, como
gangrena, roendo até à própria alma, e enfraquecendo as forças
vitais. O remorso pelo pecado mina por vezes a constituição, e
desequilibra a mente. Há, também, doutrinas errôneas, como a de
um inferno eternamente a arder e o tormento perpétuo dos ímpios, as
quais, por darem uma visão exagerada e torcida do caráter de Deus,
têm produzido os mesmos resultados sobre espíritos sensíveis. Os
infiéis têm aproveitado ao máximo esses casos infelizes, atribuindo a
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loucura à religião; isto, porém, é grosseira difamação, a qual deverão
enfrentar afinal. A religião de Cristo, bem longe de causar loucura,
é um de seus mais eficazes remédios; é poderoso calmante nervoso.
O médico necessita de sabedoria e poder mais que humanos, a
fim de saber a maneira por que deve ministrar aos muitos casos des-
concertantes de doença da mente e do coração com que é chamado
a lidar. Se ele ignora o poder da graça divina, não pode ajudar ao