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Atos dos Apóstolos
contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão” E Pedro, “saindo,
partiu para outro lugar”.
Atos dos Apóstolos 12:16, 17
. Alegria
e louvor encheram o coração dos crentes porque Deus ouvira e
atendera suas orações, e libertara Pedro das mãos de Herodes.
Pela manhã, uma multidão se reuniu para presenciar a execução
do apóstolo. Herodes enviou oficiais à prisão para buscarem Pedro,
que deveria ser trazido com grande aparato de guardas e armas, não
apenas para se evitar possível fuga, como também para intimidar os
simpatizantes e mostrar o poder do rei.
Quando os guardas diante da porta verificaram que Pedro ti-
nha escapado, foram possuídos de terror. Tinha sido expressamente
declarado que a vida deles responderia pela do prisioneiro; e por
isso haviam eles estado especialmente vigilantes. Quando os oficiais
vieram buscar Pedro, os soldados estavam ainda guardando a porta
da prisão, os ferrolhos e barras ainda intatos, as cadeias presas aos
pulsos dos dois soldados mas o prisioneiro havia escapado.
Quando foi trazida a Herodes a notícia de que Pedro escapara, ele
ficou exasperado e enraivecido. Acusando os guardas da prisão de
infidelidade, ordenou que fossem mortos. Herodes sabia que poder
humano algum havia livrado a Pedro, mas estava decidido a não
reconhecer que um poder divino lhe frustrara o desígnio, e pôs-se
em ousado desafio a Deus.
Não muito tempo depois do livramento de Pedro da prisão, He-
rodes foi a Cesaréia. Enquanto ali se achava, fez uma grande festa,
destinada a provocar admiração e ganhar aplausos do povo. Compa-
receram à festa os amantes do prazer de todas as regiões, e houve
muita glutonaria e bebedice. Com grande pompa e cerimônia Hero-
des apareceu diante do povo e lhes dirigiu em eloqüente discurso.
Vestido em roupas cintilantes de prata e ouro, em que os raios do Sol
refletindo em suas luminosas dobras deslumbravam os olhos dos que
o contemplavam, constituía ele uma figura magnífica. A majestade
de sua aparência e a força de sua linguagem bem escolhida domi-
navam a assembléia com grande poder. Estando já seus sentidos
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pervertidos pelo beber e banquetear-se, ficaram deslumbrados pela
ornamentação de Herodes, e encantados pelo seu porte e oratória; e,
desenfreados pelo entusiasmo, cumulavam-no de lisonja, declarando
que nenhum mortal poderia apresentar igual aparência, ou possuir
eloqüência tão surpreendente. Declararam mais que, conquanto o