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Atos dos Apóstolos
estava sendo invadido, e recorreu a esse meio de opor-se à causa de
Deus, esperando misturar seus sofismas com as verdades ensinadas
pelos que proclamavam a mensagem do evangelho. As palavras de
recomendação proferidas por essa mulher representavam um dano
à causa da verdade, distraíam o espírito do povo dos ensinos dos
apóstolos e traziam má reputação para o evangelho, e, por meio
delas, muitos foram levados a crer que esses homens que falavam
no Espírito e poder de Deus, eram impelidos pelo mesmo espírito
dessa emissária de Satanás.
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Por algum tempo os apóstolos suportaram essa oposição; por
inspiração do Espírito Santo, Paulo ordenou ao espírito mau que
deixasse a mulher. Seu imediato silêncio provou serem os apósto-
los servos de Deus e que o demônio tinha conhecimento disso e
obedecera a sua ordem.
Libertada do espírito mau e restituída ao uso da razão, a mulher
preferiu seguir a Cristo. Seus senhores ficaram alarmados por causa
de seus lucros. Viram que estava perdida toda esperança de obter
dinheiro por meio de suas adivinhações e predições, e que, se fosse
permitido aos apóstolos continuar com a obra do evangelho, estaria
logo esgotada inteiramente sua fonte de renda.
Muitos outros na cidade estavam interessados em alcançar lucro
mediante satânicos enganos; e esses, temendo a influência de um
poder que pudesse tão eficazmente deter sua obra, levantaram um
forte clamor contra os servos de Deus. Levaram os apóstolos diante
dos magistrados com a acusação: “Estes homens, sendo judeus,
perturbaram a nossa cidade, e nos expõem costumes que nos não
é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos”.
Atos dos
Apóstolos 16:20, 21
.
Impelida por um frenesi, a multidão se levantou contra os dis-
cípulos. Prevaleceu o espírito de tumulto, sancionado pelas autori-
dades, que, rasgando a roupa dos apóstolos, ordenaram que fossem
açoitados. “E, havendo-lhes dado muitos açoites, os lançaram na
prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança. O
qual, tendo recebido tal ordem, os lançou no cárcere interior, e lhes
segurou os pés no tronco”.
Atos dos Apóstolos 16:23, 24
.
Os apóstolos sofreram extrema tortura por causa da dolorosa
posição em que foram postos, mas não murmuraram. Em vez disso,
nas densas trevas e desolação do calabouço, encorajavam-se mutu-