Página 153 - Atos dos Ap

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Nas regiões distantes
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amente com palavras de oração, e cantavam louvores a Deus por
terem sido considerados dignos de sofrer por Sua causa. Seus co-
rações foram animados por um amor fervoroso e profundo a seu
Redentor. Paulo lembrava-se da perseguição movida contra os discí-
pulos de Cristo, da qual ele havia sido instrumento, e rejubilava-se
de que lhe tivessem sido abertos os olhos para ver, e seu coração
para sentir o poder das gloriosas verdades que uma vez desprezara.
Com espanto os outros prisioneiros ouviram os sons de oração e
hinos que saíam do interior da prisão. Estavam habituados a ouvir
gritos e gemidos, maldições e blasfêmias a quebrarem o silêncio
da noite, mas nunca antes haviam eles ouvido palavras de oração e
louvor ascenderem daquela sombria cela. Guardas e prisioneiros se
maravilharam, e perguntavam quem poderiam ser esses homens que,
com frio, fome e torturados, podiam ainda se regozijar.
Enquanto isso, os magistrados voltaram a seus lares, lisonjeando-
se de, com medidas prontas e decisivas, haverem acabado com o
tumulto. Mas, no caminho, ouviram mais pormenores com respeito
ao caráter e à obra desses homens que haviam sentenciado ao açoite
e prisão. Viram a mulher que havia sido liberta da satânica influên-
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cia, e ficaram impressionados com a mudança em sua aparência e
comportamento. Antes ela havia causado perturbação na cidade;
agora, estava calma e em paz. Sentindo que haviam provavelmente
aplicado a dois homens inocentes as rigorosas penalidades da lei ro-
mana, ficaram indignados, e decidiram que, pela manhã, ordenariam
que os apóstolos fossem secretamente libertados e escoltados para
fora da cidade, longe do perigo de violência por parte da turba.
Mas, conquanto houvessem os homens sido cruéis e vingativos,
ou criminosamente negligentes nas responsabilidades solenes sobre
eles postas, Deus não Se havia esquecido de ser misericordioso
para com Seus servos. Todo o Céu estava interessado nos homens
que estavam sofrendo por amor de Cristo, e anjos foram enviados a
visitar a prisão. A terra tremeu aos seus passos. As portas da prisão
pesadamente aferrolhadas abriram-se; cadeias e grilhões caíram das
mãos e pés dos prisioneiros; e brilhante luz inundou a prisão.
O guarda do cárcere tinha ouvido extasiado as orações e cânticos
dos apóstolos prisioneiros. Quando foram encarcerados, havia ele
visto suas feridas intumescidas e sangrentas, e por si próprio tinha-se
decidido a colocar seus pés no cepo. Esperara ouvir-lhes amargos