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Atos dos Apóstolos
“E subiu ao monte, e chamou para Si os que Ele quis; e vieram a
Ele. E nomeou doze para que estivessem com Ele e os mandasse a
pregar”.
Marcos 3:13, 14
.
Consideremos a tocante cena. Imaginemos a Majestade do Céu
tendo em torno de Si os doze por Ele escolhidos. Logo os separaria
para a obra que lhes havia destinado. Por meio desses débeis instru-
mentos, mediante Sua Palavra e Espírito, Ele Se propôs colocar a
salvação ao alcance de todos.
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Com alegria e júbilo, Deus e os anjos contemplavam essa cena. O
Pai sabia que, por intermédio desses homens, a luz do Céu haveria de
brilhar; que as palavras por eles ditas ao testemunharem de Seu Filho
haveriam de ecoar de geração em geração, até o fim dos séculos.
Os discípulos deviam sair como testemunhas de Cristo para
anunciar ao mundo o que dEle tinham visto e ouvido. Seu cargo
era o mais importante dos cargos a que já haviam sido chamados
seres humanos, apenas inferior ao do próprio Cristo. Eles deviam ser
colaboradores de Deus na salvação dos homens. Como no Antigo
Testamento os doze patriarcas ocupavam o lugar de representantes
de Israel, assim os doze apóstolos representam a igreja evangélica.
Durante Seu ministério terrestre, Cristo deu início à obra de
derrubar o muro de separação entre judeus e gentios e apregoar a
salvação a toda a humanidade. Embora fosse judeu, comunicava-Se
livremente com os samaritanos, anulando costumes farisaicos dos
judeus com respeito a esse desprezado povo. Dormia sob seu teto,
comia em suas mesas e ensinava em suas ruas.
O Salvador ansiava por desdobrar aos discípulos a verdade re-
ferente à demolição da “parede de separação” (
Efésios 2:14
) entre
Israel e as outras nações — a verdade de que “os gentios são co-
herdeiros” dos judeus, “e participantes da promessa em Cristo pelo
evangelho”.
Efésios 3:6
. Essa verdade foi revelada em parte quando
Ele recompensou a fé do centurião de Cafarnaum, e quando pregou
o evangelho aos habitantes de Sicar. Isso foi ainda mais plenamente
revelado por ocasião de Sua visita à Fenícia, quando curou a filha da
mulher cananéia. Essas experiências ajudaram os discípulos a com-
preender que entre aqueles a quem muitos consideravam indignos
da salvação, havia pessoas famintas da luz da verdade.
Assim buscou Cristo ensinar aos discípulos a verdade de que, no
reino de Deus, não há fronteiras territoriais, nem classes sociais; que