O preparo dos doze
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eles deviam ir a todas as nações, levando-lhes a mensagem do amor
do Salvador. Mas não foi senão mais tarde que compreenderam em
toda a plenitude que Deus “de um só fez toda a geração dos homens,
para habitar sobre toda a face da Terra, determinando os tempos já
antes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem
ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar; ainda que
não está longe de cada um de nós”.
Atos dos Apóstolos 17:26, 27
.
Uma grande diversidade caracterizava esses primeiros discípulos.
Eles deviam ser ensinadores do mundo e representavam amplamente
variados tipos de caráter. Para conduzir com êxito a obra para a qual
haviam sido chamados, esses homens, diferindo em características
naturais e em hábitos de vida, necessitavam chegar à unidade de sen-
timento, pensamento e ação. Essa unidade Cristo tinha por objetivo
conseguir. Para alcançar esse fim procurou mantê-los unidos a Ele.
A responsabilidade que sentia em Sua obra por eles é expressa em
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Sua oração ao Pai: “Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és
em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós” “Para que
o mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim, e que os tens amado a
eles como Me tens amado a Mim”.
João 17:21, 23
. Sua constante
oração por eles era que fossem santificados pela verdade; e Ele orou
com segurança, sabendo que um decreto da parte do Todo-poderoso
fora feito antes que o mundo tivesse vindo à existência. Sabia que o
evangelho do reino devia ser pregado para testemunho a todas as na-
ções; que a verdade fortalecida com a onipotência do Santo Espírito
seria vitoriosa na batalha contra o mal, e que a bandeira sangrenta
um dia haveria de tremular triunfante sobre Seus seguidores.
Ao aproximar-se o término do ministério terrestre de Cristo e
reconhecer Ele que logo precisaria deixar que Seus discípulos levas-
sem avante a obra sem Sua pessoal supervisão, procurou encorajá-los
e prepará-los para o futuro. Não os enganou com falsas esperan-
ças. Como num livro aberto, leu o que deveria acontecer. Sabia que
estava prestes a ser separado deles, para deixá-los como ovelhas
entre lobos. Sabia que haveriam de sofrer perseguição, que seriam
lançados fora das sinagogas e metidos nas prisões. Sabia que, por
testemunharem dEle como o Messias, alguns experimentariam a
morte. E falou-lhes alguma coisa a respeito disso. Referindo-Se ao
futuro deles, foi claro e definido para que, nas aflições que viriam,