Página 233 - Atos dos Ap

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A mensagem atendida
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da obra, bem poderiam exclamar com o apóstolo: “Para estas coisas
quem é idôneo?”
2 Coríntios 2:16
.
Havia alguns que tinham acusado Paulo de louvor próprio por
haver escrito a carta anterior. A isso se referiu então o apóstolo,
quando perguntou aos membros da igreja se assim haviam julgado
seus motivos. “Começamos outra vez a louvar-nos a nós mesmos?”
indagou; ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação
para vós, ou de recomendação de vós?”
2 Coríntios 3:1
. Crentes que
se mudavam para outro lugar, levavam muitas vezes cartas de reco-
mendação da igreja a que estavam antes unidos; mas os pioneiros
da obra, os fundadores dessas igrejas, não tinham necessidade de
tal recomendação. Os crentes coríntios, que haviam sido levados do
culto dos ídolos para a fé no evangelho, eram eles mesmos toda a
recomendação de que Paulo necessitava. O haverem recebido a ver-
dade, e a reforma operada em sua vida, davam eloqüente testemunho
da fidelidade de seus trabalhos e de sua autoridade para aconselhar,
reprovar e exortar como ministro de Cristo.
Paulo se referiu aos irmãos coríntios como suas testemunhas.
“Vós sois a nossa carta”, disse ele, “escrita em nossos corações,
conhecida e lida por todos os homens. Porque já é manifesto que vós
sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta,
mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas
tábuas de carne do coração”.
2 Coríntios 3:2, 3
.
A conversão dos pecadores e sua santificação por meio da ver-
dade é a mais forte prova, para um pastor, de que Deus o chamou para
o ministério. A evidência de seu apostolado está escrita no coração
desses conversos, e é testemunhada por sua vida renovada. Cristo,
a esperança da glória, é neles formado. Um pastor é grandemente
fortalecido por esses sinais de seu ministério.
Atualmente, os ministros de Cristo deveriam ter o mesmo tes-
temunho que a igreja de Corinto deu dos trabalhos de Paulo. Mas
embora neste tempo haja muitos pregadores, há grande escassez de
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pastores santos e capazes — homens cheios do amor que havia no
coração de Cristo. O orgulho, a confiança própria, o amor do mundo,
o criticismo, o rancor, a inveja são os frutos que apresentam muitos
que professam a religião de Cristo. Sua vida, em evidente contraste
com a vida do Salvador, não raro dá mau testemunho do caráter da
obra ministerial sob a qual foram convertidos.