Trabalhando sob dificuldades
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um exemplo de diligência, para que ninguém pudesse, com razão,
acusá-lo de cobiça, e também para que os que mantinham pontos
de vista fanáticos referentes ao trabalho manual recebessem uma
reprovação prática.
Quando Paulo visitou Corinto pela primeira vez, encontrou-se
entre um povo que desconfiava das intenções dos estrangeiros. Os
gregos do litoral eram negociantes perspicazes, e por tão longo tempo
se haviam dedicado à prática de negócios condenáveis, que chegaram
a crer que o ganho era piedade, e que conseguir dinheiro, quer por
meios lícitos ou ilícitos, era louvável. Paulo estava familiarizado
com suas características, e não lhes desejava dar ocasião de dizer
que ele pregava o evangelho para enriquecer. Ele podia, com justiça,
exigir manutenção da parte de seus ouvintes coríntios; mas a esse
direito se dispunha a renunciar, com receio de que sua utilidade e
sucesso como pastor fossem prejudicados pela suspeita injusta de
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estar ele pregando o evangelho a troco de dinheiro. Ele procurava
remover qualquer oportunidade de mistificação, para que não ficasse
comprometida a força da sua mensagem.
Logo após sua chegada a Corinto, Paulo encontrou “um certo
judeu por nome Áqüila, natural do Ponto, que havia pouco tinha
vindo da Itália, e Priscila, sua mulher” Esses eram “do mesmo ofício”
que ele. Banidos pelo decreto de Cláudio, que ordenara que todos
os judeus deixassem Roma, Áquila e Priscila tinham vindo para
Corinto, onde estabeleceram um negócio como fabricantes de tendas.
Paulo fez uma pesquisa com respeito a eles e, ciente de que temiam
a Deus e estavam procurando evitar as contaminadoras influências
de que estavam cercados, “ficou com eles, e trabalhava... e todos os
sábados disputava na sinagoga e convencia a judeus e gregos”.
Atos
dos Apóstolos 18:2-4
.
Mais tarde, Silas e Timóteo se reuniram a Paulo em Corinto.
Esses irmãos levavam consigo recursos das igrejas da Macedônia
para o sustento da obra.
Em sua segunda carta aos crentes de Corinto, escrita depois
de haver erguido ali uma forte igreja, Paulo recordou sua ma-
neira de proceder entre eles. “Pequei porventura”, perguntou ele,
“humilhando-me a mim mesmo, para que vós fôsseis exaltados,
porque de graça vos anunciei o evangelho de Deus? Outras igre-
jas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário; e quando