Última carta de Paulo
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perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”.
2 Timóteo
3:13-17
. Deus proveu meios abundantes para o êxito na luta contra o
mal que há no mundo. A Bíblia é a armadura com que nos podemos
equipar para a luta. Nossos lombos devem estar cingidos com a
verdade. Nossa couraça deve ser de justiça. Na mão devemos ter o
escudo da fé, e na cabeça o capacete da salvação; e com a espada do
Espírito, que é a Palavra de Deus, devemos abrir caminho por entre
as obstruções e embaraços do pecado.
Paulo sabia estar perante a igreja um tempo de grande perigo.
Sabia que uma obra fiel e zelosa devia ser feita pelos que tinham a
responsabilidade das igrejas; assim escreveu a Timóteo: “Conjuro-
te pois diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar
os vivos e os mortos, na Sua vinda e no Seu reino, que pregues
a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas,
exortes, com toda a longanimidade e doutrina”.
2 Timóteo 4:1, 2
.
Essa solene incumbência a alguém tão zeloso e fiel como era
Timóteo é um forte testemunho da importância e responsabilidade
da obra do ministro do evangelho. Chamando Timóteo ao tribunal
de Deus, Paulo lhe ordenou pregar a Palavra, não fórmulas e pensa-
mentos humanos; a testemunhar prontamente de Deus onde quer que
se lhe apresentasse oportunidade — diante de grandes congregações
ou de limitados círculos, junto aos caminhos e nos lares, a amigos e
a inimigos, fosse em segurança ou exposto a dificuldades e perigos,
injúria e danos.
Temendo que a disposição branda e condescendente de Timóteo
pudesse levá-lo a esquivar-se de uma parte essencial de sua obra,
Paulo exortou a ser fiel em reprovar o pecado, e a repreender mesmo
com firmeza os que fossem culpados de males graves. Contudo,
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devia fazê-lo “com toda a longanimidade e doutrina”.
2 Timóteo 4:2
.
Devia ele revelar a paciência e o amor de Cristo, tornando claras
suas reprovações e reforçando-as pelas verdades da Palavra.
Odiar e reprovar o pecado, e ao mesmo tempo mostrar piedade e
compaixão pelo pecador é uma difícil tarefa. Quanto mais ardentes
forem nossos próprios esforços para manter a santidade do coração
e da vida, tanto mais aguda será nossa percepção do pecado, e
mais decidida nossa desaprovação de qualquer desvio do direito.
Precisamos guardar-nos contra a indevida severidade no trato com
os que erram; mas precisamos também ser cuidadosos para não