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Atos dos Apóstolos
de fazer isto seria uma contradição de sua fé e uma negação de seu
Redentor.
Em cada cidade a obra era levada para frente. Pessoas eram
convertidas e essas por sua vez sentiam que precisavam falar do
inestimável tesouro que haviam recebido. Não tinham repouso sem
que a luz que lhes iluminara a mente brilhasse sobre outros. Multi-
dões de incrédulos ficavam
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familiarizados com as razões da esperança dos cristãos. Amoro-
sos e inspirados apelos pessoais eram feitos aos que estavam em erro,
aos excluídos e aos que, embora professando conhecer a verdade,
eram mais amantes dos prazeres que de Deus.
Depois de algum tempo, porém, começou a minguar o zelo dos
crentes, bem assim seu amor a Deus e de uns para com os outros. A
frieza invadiu a igreja. Alguns esqueceram a maneira maravilhosa
em que haviam recebido a verdade. Os velhos porta-estandartes
caíram em seu posto um após outro. Alguns dos obreiros mais
jovens, que poderiam haver partilhado das responsabilidades desses
pioneiros e assim se preparado para assumir direção sábia, haviam-se
cansado das tão repetidas verdades. Em seu desejo de alguma coisa
nova e estimulante, buscaram introduzir novos aspectos da doutrina,
mais agradáveis a muitos espíritos, mas não em harmonia com os
princípios fundamentais do evangelho. Em sua confiança própria e
cegueira espiritual deixaram de discernir que esses sofismas levariam
muitos a pôr em dúvida as experiências do passado, conduzindo
assim à confusão e incredulidade.
Ao serem essas falsas doutrinas introduzidas, despertavam diver-
gências, e os olhos de muitos deixaram de contemplar a Jesus como
o Autor e Consumador de sua fé. A discussão sobre insignificantes
pontos de doutrina, e o gosto por fábulas de invenção humana, ocu-
pavam o tempo que deveria ser gasto na proclamação do evangelho.
As massas que poderiam ter sido convencidas e convertidas pela
fiel apresentação da verdade, eram deixadas sem advertência. A pie-
dade decaía rapidamente e parecia que Satanás estava para alcançar
ascendência sobre os que se declaravam seguidores de Cristo.
Foi nesse tempo crítico da história da igreja que João foi sen-
tenciado ao exílio. Jamais fora a sua voz tão necessária à igreja
como então. Quase todos os seus antigos companheiros de minis-
tério tinham sofrido martírio. O remanescente dos crentes estava