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Atos dos Apóstolos
às palavras de Pedro. Sacerdotes e príncipes ficaram em silêncio.
Eram incapazes de refutar as declarações de Pedro, mas nem por
isso estavam menos decididos a pôr um paradeiro ao ensino dos
discípulos.
O mais importante milagre de Cristo — a ressurreição de Lázaro
— tinha selado a determinação dos sacerdotes de excluir do mundo
Jesus e Suas maravilhosas obras, as quais estavam rapidamente
destruindo sua influência sobre o povo. Eles O haviam crucificado;
mas ali estava uma convincente prova de que não haviam feito cessar
a obra de milagres em Seu nome, nem a proclamação da verdade que
Ele ensinara. A cura do coxo e a pregação dos apóstolos já haviam
enchido Jerusalém de agitação.
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A fim de ocultarem sua perplexidade, os sacerdotes e príncipes
ordenaram que os apóstolos fossem afastados, para que pudessem
aconselhar-se entre si. Concordaram todos que seria inútil negar
que o homem fora curado. Pensaram em encobrir o prodígio por
meio de falsidades, mas isso era impossível, pelo fato de que o
milagre fora operado em plena luz do dia, diante de uma multidão
de pessoas, e já chegara ao conhecimento de milhares. Sentiam que
a obra dos discípulos devia cessar, ou Jesus ganharia mais adeptos.
Sua própria desgraça poderia seguir-se, pois estariam sujeitos a ser
responsabilizados pelo assassínio do Filho de Deus.
Apesar do seu desejo de destruir os discípulos, os sacerdotes
não ousaram fazer mais que ameaçá-los com o mais severo castigo,
se continuassem a falar nem agir no nome de Jesus. Chamando-os
novamente perante o Sinédrio, ordenaram-lhes não falar ou ensinar
no nome de Jesus. Mas Pedro e João responderam: “Julgai vós se é
justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque
não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido”.
Atos dos
Apóstolos 4:19, 20
.
De boa vontade, teriam os sacerdotes punido esses homens por
sua inamovível fidelidade a sua sagrada vocação, mas temeram o
povo; “porque todos glorificavam a Deus pelo que acontecera”.
Atos
dos Apóstolos 4:21
. Assim, com repetidas ameaças e admoestações,
foram os apóstolos libertados.
Enquanto Pedro e João estavam prisioneiros, os outros discí-
pulos, conhecendo a malignidade dos judeus, haviam orado inces-
santemente por seus irmãos, temendo que a crueldade mostrada