Página 49 - Atos dos Ap

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À porta do templo
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para com Cristo pudesse repetir-se. Tão logo foram os apóstolos
libertados, puseram-se eles em busca dos demais discípulos e lhes
relataram o resultado do interrogatório. Grande foi a alegria dos
crentes. “Ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus, e
disseram: Senhor, Tu és o que fizeste o céu, e a Terra, e o mar, e tudo
o que neles há; que disseste pela boca de Davi, Teu servo: Por que
bramaram as gentes, e os povos pensaram coisas vãs? Levantaram-se
os reis da Terra, e os príncipes se ajuntaram à uma, contra o Senhor
e contra o Seu Ungido. Porque verdadeiramente contra o Teu santo
Filho Jesus, que Tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôn-
cio Pilatos; com os gentios e os povos de Israel; para fazerem tudo o
que a Tua mão e o Teu conselho tinham anteriormente determinado
que se havia de fazer”.
Atos dos Apóstolos 4:24-28
.
“Agora pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos
Teus servos que falem com toda ousadia a Tua Palavra; enquanto
estendes a Tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios
pelo nome do Teu santo Filho Jesus”.
Atos dos Apóstolos 4:29, 30
.
Os discípulos oraram para que maior força lhes fosse concedida
na obra do ministério; pois viam que teriam de enfrentar a mesma
determinada oposição que Cristo tinha encontrado quando esteve na
Terra. Enquanto suas orações unidas ascendiam em fé ao Céu, veio
a resposta. Moveu-se o lugar onde estavam reunidos, e novamente
foram cheios do Espírito Santo. Com o coração cheio de ânimo, de
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novo saíram para proclamar a Palavra de Deus em Jerusalém. “E
os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição
do Senhor Jesus” (
Atos dos Apóstolos 4:33
), e Deus abençoava
maravilhosamente seus esforços.
O princípio pelo qual os discípulos se mantiveram tão deste-
midamente quando, em resposta à ordem de não falarem mais no
nome de Jesus, declararam: “Julgai vós se é justo, diante de Deus,
ouvir-vos antes a vós que a Deus” (
Atos dos Apóstolos 4:19
), é
o mesmo que os adeptos do evangelho se esforçaram por manter
nos dias da Reforma. Quando, em 1529, os príncipes alemães se
reuniram na Dieta de Espira, foi-lhes apresentado o decreto do impe-
rador, restringindo a liberdade religiosa, e proibindo toda posterior
disseminação das doutrinas reformadas. Dir-se-ia que a esperança
do mundo estava prestes a ser esmagada. Aceitariam os príncipes o
decreto? Devia a luz do evangelho, ser vedada às multidões ainda em