O primeiro mártir cristão
            
            
              67
            
            
              eloqüência e a lógica dos rabis a atuarem no caso, para convencer o
            
            
              povo de que Estêvão estava pregando doutrinas enganadoras e peri-
            
            
              gosas; mas em Estêvão encontrou quem tinha plena compreensão
            
            
              dos propósitos de Deus em propagar o evangelho às outras nações.
            
            
              Como não conseguiram os sacerdotes e príncipes prevalecer con-
            
            
              tra a sabedoria de Estêvão, clara e calma, decidiram fazer dele uma
            
            
              lição; e, enquanto assim satisfaziam seu ódio vingativo, impediriam
            
            
              [55]
            
            
              outros, pelo medo, de adotarem sua crença. Testemunhas foram as-
            
            
              salariadas para depor falsamente que o ouviram proferir blasfêmias
            
            
              contra o templo e a lei. “Nós lhe ouvimos dizer”, declararam essas
            
            
              testemunhas, “que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar
            
            
              e mudar os costumes que Moisés deu”.
            
            
              Atos dos Apóstolos 6:14
            
            
              .
            
            
              Quando Estêvão se colocou face a face com seus juízes, para res-
            
            
              ponder à acusação de blasfêmia, um santo brilho resplandeceu em
            
            
              seu rosto, e “todos os que estavam assentados no conselho, fixando
            
            
              os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo”.
            
            
              Atos
            
            
              dos Apóstolos 6:15
            
            
              . Muitos que contemplaram essa luz tremeram e
            
            
              velaram o rosto, mas a calejada incredulidade e o preconceito dos
            
            
              príncipes não se abalaram.
            
            
              Sendo interrogado quanto à verdade das acusações contra ele
            
            
              feitas, Estêvão começou sua defesa com voz clara, penetrante, que
            
            
              repercutia pelo recinto do conselho. Com palavras que mantinham
            
            
              a assembléia atenta, prosseguiu ele relatando a história do povo
            
            
              escolhido de Deus. Mostrou completo conhecimento da economia
            
            
              judaica, e interpretação espiritual da mesma, agora manifesta por
            
            
              meio de Cristo. Repetiu as palavras de Moisés que prediziam o
            
            
              Messias: “O Senhor vosso Deus levantará dentre vossos irmãos um
            
            
              profeta semelhante a mim: a Ele ouvireis”.
            
            
              Atos dos Apóstolos
            
            
              3:22
            
            
              . Patenteou sua própria lealdade para com Deus e para com a fé
            
            
              judaica, enquanto mostrava que a lei na qual os judeus confiavam
            
            
              para a salvação não fora capaz de salvar Israel da idolatria. Ligava
            
            
              Jesus Cristo com toda a história judaica. Referiu-se à construção do
            
            
              templo por Salomão, e às palavras deste, bem como de Isaías: “Mas
            
            
              o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como
            
            
              diz o profeta: O Céu é o Meu trono, e a Terra o estrado de Meus pés.
            
            
              Que casa Me edificareis? diz o Senhor: ou qual é o lugar do Meu
            
            
              repouso? Porventura não fez a Minha mão todas estas coisas?”
            
            
              Atos
            
            
              dos Apóstolos 7:48-50
            
            
              .