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Atos dos Apóstolos
quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões”.
Atos dos Apóstolos 9:4, 5
. Cheios de temor e quase cegados pela
intensidade da luz, os companheiros de Saulo ouviram a voz, mas
a ninguém viram. Saulo, porém, compreendeu as palavras que fo-
ram faladas; e a ele claramente foi revelado Aquele que falou, a
saber, o Filho de Deus. No Ser glorioso que estava diante dele, viu
o Crucificado. Na mente do judeu surpreso, a imagem do rosto do
Salvador ficou gravada para sempre. As palavras faladas lhe atingi-
ram o coração com terrível força. Nos entenebrecidos recessos do
espírito derramou-se-lhe uma inundação de luz, revelando a igno-
rância e o erro de sua vida anterior e sua presente necessidade de
esclarecimento do Espírito Santo.
Saulo viu agora que, ao perseguir os seguidores de Jesus, em
realidade tinha estado a fazer a obra de Satanás. Viu que suas con-
vicções do direito e de seu próprio dever tinham estado grandemente
baseadas em sua implícita confiança nos sacerdotes e príncipes. Ti-
nha crido neles quando lhe afirmaram que a história da ressurreição
de Cristo fora um artifício forjado pelos discípulos. Agora que o
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próprio Jesus Se lhe revelara, Saulo estava convencido da veracidade
das reivindicações feitas pelos discípulos.
Naquela hora de iluminação celestial, o espírito de Saulo agiu
com notável rapidez. Os registros proféticos das Escrituras Sagradas
abriram-se-lhe à compreensão. Viu que a rejeição de Jesus pelos
judeus, Sua crucifixão, ressurreição e ascensão, tinham sido preditas
pelos profetas e demonstravam ser Ele o Messias prometido. O
sermão de Estêvão, por ocasião de seu martírio, foi de maneira
impressiva trazido à lembrança de Saulo, e ele compreendeu que o
mártir sem dúvida contemplava “a glória de Deus”, quando disse:
“Eis que vejo os Céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé
à mão direita de Deus”.
Atos dos Apóstolos 7:55, 56
. Os sacerdotes
tinham declarado blasfemas essas palavras, mas Saulo agora sabia
que elas eram verdade.
Em tudo isso, que revelação para o perseguidor! Saulo sabia,
agora com certeza, que o prometido Messias viera à Terra na pessoa
de Jesus de Nazaré, que fora rejeitado e crucificado por aqueles a
quem viera salvar. Sabia também que o Salvador ressurgira triun-
falmente do túmulo e ascendera ao Céu. Naquele momento de re-
velação divina, Saulo lembrou-se com terror de que Estêvão, que