Capítulo 23 — A carne como alimento
O regime indicado ao homem no princípio não compreendia
alimento animal. Não foi senão depois do dilúvio, quando tudo
quanto era verde na Terra havia sido destruído, que o homem recebeu
permissão para comer carne.
Escolhendo a comida do homem, no Éden, mostrou o Senhor
qual era o melhor regime; na escolha feita para Israel, ensinou Ele a
mesma lição. Tirou os israelitas do Egito, e empreendeu educá-los,
a fim de serem um povo para Sua possessão própria. Desejava, por
intermédio deles, abençoar e ensinar o mundo inteiro. Proveu-lhes o
alimento mais adaptado ao Seu desígnio; não carne, mas o maná, “o
pão do Céu”.
João 6:32
. Foi unicamente devido a seu descontenta-
mento e murmuração em torno das panelas de carne do Egito que
lhes foi concedido alimento cárneo, e isso apenas por pouco tempo.
Seu uso trouxe doença e morte a milhares. Apesar disso, um regime
sem carne não foi nunca aceito de coração. Continuou a ser causa
de descontentamento e murmuração, franca ou secreta, e não ficou
permanente.
Quando se estabeleceram em Canaã, foi permitido aos israelitas o
uso de alimento animal, mas com restrições cuidadosas, que tendiam
a diminuir o mal. O uso da carne de porco era proibido, bem como
de outros animais e aves e peixes cuja carne foi declarada imunda.
Das carnes permitidas, era estritamente proibido comer a gordura e
o sangue.
Só animais em boas condições de saúde podiam ser usados como
alimento. Nenhum animal despedaçado, que morrera naturalmente,
ou do qual o sangue não havia sido cuidadosamente tirado, podia
servir de alimento.
Afastando-se do plano divinamente indicado para seu regime,
sofreram os israelitas grande prejuízo. Desejaram um regime cárneo,
e colheram-lhe os resultados. Não atingiram o ideal divino quanto
ao seu caráter, nem cumpriram os desígnios de Deus. O Senhor
“satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma”.
Salmos 106:15
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