Capítulo 24 — Extremos no regime
Nem todos que professam crer na reforma dietética são realmente
reformadores. Para muitas pessoas, a reforma consiste meramente
em rejeitar certos artigos prejudiciais. Não compreendem claramente
os princípios da saúde, e sua mesa, ainda carregada de iguarias
nocivas, está longe de ser um exemplo da temperança e moderação
cristãs.
Outra classe, em seu desejo de dar bom exemplo, vai para o ex-
tremo oposto. Alguns não podem obter os alimentos mais desejáveis,
e, em lugar de usar aqueles que melhor lhes supririam a falta, adotam
um regime pobre. Sua alimentação não fornece os elementos neces-
sários para formar um bom sangue. A saúde sofre, é prejudicada a
utilidade, e seu exemplo testifica mais contra a reforma dietética do
que em seu favor.
Outros pensam que, uma vez que a saúde requer um regime
simples, pouca atenção precisa ser dispensada à seleção ou preparo
do alimento. Alguns se restringem a uma alimentação bem escassa,
não tendo a variedade suficiente para suprir às necessidades do
organismo, e em conseqüência sofrem.
Os que não têm senão parcial compreensão dos princípios da
reforma são muitas vezes os mais rígidos, não somente em viver
segundo suas próprias idéias, como em insistir nas mesmas para com
a família e os vizinhos. O efeito dessas reformas erradas, tal como
se manifesta em sua má saúde, e o esforço de incutir nos demais de
qualquer maneira seus pontos de vista dão muitas idéias falsas da
reforma dietética, levando outros a rejeitá-la inteiramente.
Os que entendem as leis da saúde e são governados por princípios
fugirão dos extremos, tanto da condescendência como da restrição.
Sua alimentação é escolhida não meramente para agradar o apetite,
mas para fortalecimento do organismo. Procuram conservar todas
as faculdades nas melhores condições para o mais elevado serviço
a Deus e aos homens. O apetite acha-se sob o controle da razão e
da consciência, e são recompensados com a saúde física e mental.
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