Página 209 - A Ci

Basic HTML Version

Influências do lar
205
distrair os filhos, mas estes devem ser acostumados a se divertirem
a si próprios, a exercer seu próprio engenho e habilidade. Assim,
aprenderão a estar satisfeitos com prazeres simples. Devem ser ensi-
nados a sofrer animosamente seus pequeninos desapontamentos e
provações. Em lugar de chamar a atenção para toda dorzinha ou in-
[171]
significante ferimento, distraí-lhes a mente, ensinai-lhes a passar por
alto esses aborrecimentos e pequenos mal-estares. Estudai maneiras
a sugerir às crianças, pelas quais elas aprendam a preocupar-se com
os outros.
Não se permita, porém, que elas sejam negligenciadas. Sobre-
carregadas de muitos cuidados, as mães sentem que não podem às
vezes dedicar tempo para instruir seus pequenos, e dispensar-lhes
amor e simpatia. Lembrem-se elas, no entanto, de que, se os filhos
não encontram nos pais e no lar aquilo que lhes satisfaz o desejo que
experimentam de afeto e companheirismo, volvem-se para outras
fontes, onde tanto a mente como o caráter podem perigar.
Por falta de tempo e de idéia, muita mãe recusa a seus filhos
algum inocente prazer, enquanto os dedos atarefados e os fatigados
olhos se empenham diligentemente em qualquer obra destinada a
mero adorno, qualquer coisa que, na melhor hipótese, servirá uni-
camente para animar a vaidade e a extravagância em seu jovem
coração. Ao aproximarem-se os filhos da adolescência, estas lições
dão frutos em orgulho e ausência de valor moral. A mãe aflige-se
com as faltas dos filhos, mas não compreende que a colheita que
está tendo é o fruto da semente por ela própria plantada.
Algumas mães não são uniformes no tratamento de suas crianças.
Têm às vezes condescendências que lhes são nocivas; e de outras
vezes, recusam qualquer inocente satisfação que tornaria deveras
felizes o coraçãozinho infantil. Assim fazendo, elas não imitam a
Cristo; Ele amava as crianças; compreendia-lhes os sentimentos,
e interessava-Se por elas, fosse em seus prazeres, fosse em suas
provações.
A responsabilidade do pai
— O marido e pai é a cabeça da
família. A esposa espera dele amor e interesse, bem como auxílio
na educação dos filhos, e isso é justo. Os filhos pertencem-lhe, da
mesma maneira que a ela, e sua felicidade também interessa a ele.
Os filhos esperam do pai apoio e orientação; cumpre-lhe ter justa
concepção da vida, e das influências e associações que devem rodear