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A Ciência do Bom Viver
eles precisam aprender a lição do abnegado ministério. A presença
de um necessitado de simpatia, paciência e abnegado amor, seria
uma inapreciável bênção para muitas famílias. Haveria de suavizar
e refinar a vida doméstica, e despertar em idosos e jovens aque-
las graças cristãs que os destacariam com uma divina beleza, e os
enriqueceriam com os imperecíveis tesouros do Céu.
Muitos desprezam a economia, confundindo-a com a avareza e a
mesquinhez. A economia, porém, harmoniza-se com a mais ampla
liberalidade. Verdadeiramente, sem economia não pode existir real
liberalidade. É preciso que poupemos, a fim de podermos dar.
Ninguém pode exercitar verdadeira beneficência sem abnegação.
Unicamente por uma vida de simplicidade, de renúncia e estrita
economia, nos é possível realizar a obra a nós designada como re-
presentantes de Cristo. O orgulho e a ambição mundanos precisam
ser expelidos de nosso coração. Em toda a nossa obra, o princípio
do desinteresse pessoal revelado na vida de Cristo tem de ser de-
senvolvido. Nas paredes de nossa casa, nos quadros, na mobília,
devemos ler: Recolhe “em casa os pobres desterrados”. Em nosso
guarda-roupa, cumpre-nos ler: “Veste o nu.” Na sala de jantar, na
mesa coberta de abundante alimento, devemos ver traçado: Reparte
“o teu pão com o faminto”.
Isaías 58:7
.
Mil portas de utilidade se acham abertas perante nós. Lamen-
tamos muitas vezes os escassos recursos disponíveis, mas, se os
cristãos estivessem com inteiro fervor, poderiam multiplicar os re-
cursos mil vezes. É o egoísmo, a condescendência com o próprio eu,
que entravam o caminho a nossa utilidade.
Quantos recursos são gastos com artigos que são meros ídolos,
coisas que absorvem pensamentos, tempo e energias que deviam
ser empregadas para fins mais elevados! Quanto dinheiro é gasto
em casas e móveis caros, em prazeres egoístas, comidas luxuosas e
nocivas, em prejudiciais condescendências com o próprio eu! Quanto
é esbanjado em dádivas que não beneficiam a ninguém! Em coisas
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desnecessárias, muitas vezes nocivas, estão professos cristãos hoje
em dia gastando mais, muitas vezes mais, do que empregam em
buscar salvar almas do tentador.
Muitos dos que professam ser cristãos gastam tanto no vestuário
que nada têm para dar a fim de suprir as necessidades dos outros.
Pensam que precisam ter custosos ornamentos e dispendiosa roupa,