Página 109 - O Desejado de Todas as Na

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“Achamos o Messias”
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Deixando João, foram em busca de Jesus. Um deles era André, o
irmão de Simão; o outro, João evangelista. Foram estes os primeiros
discípulos de Jesus. Movidos de irresistível impulso, seguiram a
Jesus — ansiosos de falar-Lhe, todavia respeitosos e em silêncio,
abismados na assombrosa significação da idéia: “É esse o Messias?”
Jesus sabia que os discípulos O estavam seguindo. Eram as
primícias de Seu ministério, e o coração do divino Mestre alegrou-se
ao corresponderem essas pessoas a Sua graça. No entanto, voltando-
Se, perguntou apenas: “Que buscais?”
João 1:38
. Queria deixá-los
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em liberdade de voltar atrás, ou de falar de seus desejos.
De um único desígnio tinham eles consciência. Uma só era a
presença que lhes enchia o pensamento. Exclamaram: “Rabi, onde
moras?”
João 1:38
. Numa breve entrevista à beira do caminho, não
podiam receber aquilo por que ansiavam. Desejavam estar a sós com
Jesus, sentar-se-Lhe aos pés e ouvir-Lhe as palavras. Ele lhes disse:
“Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com Ele
aquele dia”.
João 1:39
.
Houvessem João e André possuído o incrédulo espírito dos sa-
cerdotes e principais, e não se teriam encontrado como discípulos
aos pés de Jesus. Teriam dEle se aproximado como críticos, para
Lhe julgar as palavras. Muitos cerram assim a porta às mais preci-
osas oportunidades. Assim não fizeram esses primeiros discípulos.
Haviam atendido ao chamado do Espírito Santo na pregação de João
Batista. Então reconheceram a voz do Mestre celestial. As pala-
vras de Jesus foram para eles cheias de novidade, verdade e beleza.
Divina luz foi projetada sobre o ensino das Escrituras do Antigo
Testamento. Os complexos temas da verdade apareceram sob nova
luz.
É contrição, fé e amor que habilitam a mente a receber sabedoria
do Céu. Fé que opera por amor é a chave do conhecimento, e todo
que ama “conhece a Deus”.
1 João 4:7
.
O discípulo João era homem de fervorosa e profunda afeição,
ardente, se bem que contemplativo. Começara a discernir a glória
de Cristo — não a pompa mundana e o poder que fora ensinado
a esperar, mas “a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de
verdade”.
João 1:14
. Absorveu-se na contemplação do assombroso
tema.