Página 120 - O Desejado de Todas as Na

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O Desejado de Todas as Nações
do próprio espírito e estreitado a esfera de sua existência. Seu exem-
plo animava o egoísmo e a intolerância em todas as classes do povo.
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Jesus começou Sua obra de reforma, pondo-Se em íntima sim-
patia com a humanidade. Ao passo que mostrava a maior reverência
para com a lei de Deus, censurava a pretensa piedade dos fariseus,
e tentava libertar o povo dos regulamentos absurdos que o acorren-
tavam. Procurava derribar as barreiras que separavam as diversas
classes sociais, a fim de unir os homens como filhos de uma só
família. Sua presença nas bodas visava um passo na efetuação desse
desígnio.
Deus dera a João Batista instruções para habitar no deserto, a fim
de protegê-lo contra a influência dos sacerdotes e rabis, e prepará-
lo para uma missão especial. A austeridade e isolamento de sua
vida, porém, não eram um exemplo para o povo. O próprio João
não ordenara a seus ouvintes que abandonassem seus anteriores
deveres. Pediu-lhes que dessem demonstração de arrependimento
pela fidelidade a Deus, no lugar em que Ele os chamara.
Jesus reprovava a condescendência própria em todas as suas
formas, todavia era de natureza sociável. Aceitava a hospitalidade de
todas as classes, visitando a casa de ricos e pobres, instruídos e igno-
rantes, procurando elevar-lhes os pensamentos das coisas comuns da
vida, para as espirituais e eternas. Não consentia com o desperdício,
e nem uma sombra de mundana leviandade Lhe manchou a conduta;
todavia, achava prazer em cenas de inocente felicidade, e sancionava,
com Sua presença, as reuniões sociais. Um casamento judaico era
ocasião impressionante, e sua alegria não desagradava ao Filho do
homem. Assistindo a essa festa, honrou Jesus o casamento como
instituição divina.
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, as relações conju-
gais são empregadas para representar a terna e sagrada união que
existe entre Cristo e Seu povo. Ao espírito de Jesus, a alegria das
bodas apontava ao regozijo daquele dia em que levará Sua esposa
para o lar do Pai, e os remidos juntamente com o Redentor se assen-
tarão para a ceia das bodas do Cordeiro. Diz Ele: “Como o noivo se
alegra da noiva, assim Se alegrará de ti o Teu Deus.” “Nunca mais te
chamarão desamparada [...] mas chamar-te-ão: O Meu prazer está
nela; [...] porque o Senhor Se agrada de ti”.
Isaías 62:5, 4
. “Ele Se
deleitará em ti com alegria; calar-Se-á por Seu amor, regozijar-Se-á