Página 119 - O Desejado de Todas as Na

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Nas bodas
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Fora Cristo que, no Antigo Testamento, dera aviso a Israel: “O
vinho é escarnecedor e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele
que neles errar nunca será sábio”.
Provérbios 20:1
. Ele nunca proveu
tal bebida. Satanás tenta os homens à condescendência com apetites
que lhes obscurecem a razão e entorpecem as percepções espirituais,
mas Cristo nos ensina a subjugar a natureza inferior. Toda a Sua vida
foi um exemplo de abnegação. Para vencer o poder do apetite, sofreu
em nosso favor a mais dura prova que a humanidade poderia suportar.
Foi Cristo que deu instruções para que João Batista não bebesse
vinho nem bebida forte. Fora Ele que dera a mesma prescrição à
mulher de Manoá. E proferiu uma maldição sobre o homem que
chegasse a taça aos lábios do próximo. Cristo não contradiz Seus
próprios ensinos. O vinho não fermentado que proveu para os seus
convidados das bodas, era uma bebida sã e refrigerante. Seu efeito
havia de pôr o gosto em harmonia com um apetite sadio.
Como os convidados, na festa, notassem a qualidade do vinho,
fizeram-se indagações que levaram os servos a narrar o milagre. Os
convivas ficaram, por algum tempo, demasiado surpreendidos para
pensar nAquele que realizara a maravilhosa obra. Quando afinal
O procuraram, verificou-se que Se retirara tão quieto, que nem os
próprios discípulos haviam percebido.
A atenção dos presentes voltou-se então para os discípulos. Ti-
veram pela primeira vez a oportunidade de reconhecer-lhes a fé
em Jesus. Contaram eles o que tinham visto e ouvido no Jordão, e
acendeu-se em muitos corações a esperança de haver Deus desper-
tado um libertador para Seu povo. As novas do milagre espalharam-
se por toda aquela região, e foram levadas a Jerusalém. Com novo
interesse, examinaram os sacerdotes e anciãos as profecias que in-
dicavam a vinda de Cristo. Havia ansioso desejo de saber a missão
desse novo mestre, que, de maneira tão despretensiosa, aparecia
entre o povo.
O ministério de Cristo contrastava com o dos anciãos judeus. O
cuidado deles, quanto à tradição e ao formalismo, destruíra toda ver-
dadeira liberdade de pensamento e ação. Viviam em contínuo medo
de contaminação. Para evitar contato com o “imundo”, mantinham-
se separados, não só dos gentios, mas da maior parte de seu próprio
povo, não procurando beneficiá-lo, nem ganhar-lhe a amizade. Por
considerar sempre essas coisas, haviam impedido o desenvolvimento