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O Desejado de Todas as Nações
ao passo que Sua divina graça lhes trazia a salvação que os judeus
rejeitavam.
A permanência de Jesus em Samaria destinava-se a ser uma bên-
ção para os discípulos, ainda sob a influência do fanatismo judaico.
Julgavam que, para serem leais a sua nação, era preciso que nutris-
sem inimizade contra os samaritanos. Admiravam-se da conduta de
Jesus. Não se podiam recusar a seguir-Lhe o exemplo, e durante os
dois dias passados em Samaria, a fidelidade para com Ele lhes man-
teve em sujeição os preconceitos; todavia, no coração, continuavam
irreconciliados. Foram tardios em aprender que seu desprezo e ódio
devia dar lugar à piedade e à simpatia. Após a ascensão do Senhor,
porém, Suas lições foram recordadas por eles, assumindo novo sig-
nificado. Depois do derramamento do Espírito Santo, relembraram o
olhar do Salvador, Suas palavras, o respeito e a ternura de Seu trato
para com esses desprezados estrangeiros. Quando Pedro foi pregar
em Samaria, pôs em seu trabalho o mesmo espírito. Quando João foi
chamado a Éfeso e a Esmirna, lembrou-se do incidente de Siquém,
e encheu-se de gratidão para com o divino Mestre, que prevendo
as dificuldades que haviam de enfrentar, lhes proporcionara auxílio
com Seu próprio exemplo.
O Salvador continua ainda a fazer a mesma obra que realizou
quando ofereceu água da vida à mulher de Samaria. Os que se
chamam Seus seguidores, podem desprezar e evitar os excluídos da
sociedade; circunstância alguma de nascimento ou nacionalidade,
porém, nenhuma condição de vida, pode desviar Seu amor dos filhos
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dos homens. A toda pessoa, embora pecadora, Jesus diz: Se Me
pedisses, Eu te daria água viva.
O convite evangélico não deve ser amesquinhado, e apresentado
apenas a uns poucos escolhidos, que, supomos, nos farão honra caso
o aceitem. A mensagem deve ser dada a todos. Onde quer que haja
corações abertos para receber a verdade, Cristo está pronto a instruí-
los. Revela-lhes o Pai, e o culto aceitável Àquele que lê os corações.
Para esses não emprega nenhuma parábola. Como à mulher junto ao
poço, Ele lhe diz: “Eu sou, Eu que falo contigo”.
João 4:26
.
Quando Jesus Se sentou para descansar à beira do poço de Jacó,
havia chegado da Judéia, onde Seu ministério pouco fruto produzira.
Fora rejeitado pelos sacerdotes e rabis, e os próprios que professavam
ser Seus discípulos, deixaram de perceber-Lhe o divino caráter.