Página 155 - O Desejado de Todas as Na

Basic HTML Version

Junto ao poço de Jacó
151
Convidaram-nO a ir a sua cidade, pedindo-Lhe que ficasse com eles.
Durante dois dias deteve-Se em Samaria, e muitos mais creram nEle.
Os fariseus desprezavam a simplicidade de Jesus. Passavam-Lhe
por alto os milagres, e pediam-Lhe um sinal de que era o Filho de
Deus. Os samaritanos, porém, não pediram sinal, e Jesus não operou
nenhum milagre entre eles, a não ser a revelação dos segredos da
vida da mulher, junto ao poço. Entretanto, muitos O receberam. Em
sua nova alegria, disseram à mulher: “Já não é pelo teu dito que nós
cremos, porque nós mesmos O temos ouvido, e sabemos que este é
verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo”.
João 4:42
.
Os samaritanos criam que o Messias havia de vir como o Re-
dentor não só dos judeus, mas do mundo. O Espírito Santo dEle
predissera, por meio de Moisés, como um profeta enviado por Deus.
Por intermédio de Jacó fora declarado que a Ele se congregariam
os povos; e de Abraão, que nEle seriam benditas todas as nações da
Terra. Nessas escrituras baseavam os samaritanos sua fé no Messias.
[127]
O fato de haverem os judeus interpretado mal os últimos profetas,
atribuindo ao primeiro advento a glória da segunda vinda de Cristo,
levara os samaritanos a desprezar todos os sagrados escritos, com
exceção dos que foram dados por meio de Moisés. Ao demolir,
porém, o Salvador, essas falsas interpretações, muitos aceitaram as
últimas profecias e as palavras do próprio Cristo com relação ao
reino de Deus.
Jesus começara a derrubar a parede de separação entre os judeus
e os gentios, e a pregar salvação a todo o mundo. Conquanto judeu,
misturava-Se sem restrições com os samaritanos, anulando os costu-
mes farisaicos de Sua nação. Apesar de seus preconceitos, aceitou a
hospitalidade desse povo desprezado. Dormiu sob seu teto, comeu
com eles à mesa — partilhando do alimento preparado e servido
por suas mãos — ensinou em suas ruas, e tratou-os com a máxima
bondade e cortesia.
No templo de Jerusalém havia apenas uma baixa parede divisória
entre o pátio exterior e as outras dependências do sagrado edifício.
Viam-se nessa parede inscrições em diferentes línguas, declarando
que ninguém, a não ser os judeus, podia ultrapassar esses limites.
Houvesse um gentio ousado penetrar no interior, teria profanado o
templo, e o pagaria com a vida. Mas Jesus, o originador do templo e
de seu serviço, atraía a Si os gentios pelo laço da simpatia humana,