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O Desejado de Todas as Nações
que se vinham dirigindo ao poço. Faltavam quatro meses para a ceifa
do cereal; havia, entretanto, uma colheita pronta para o ceifeiro.
“O que ceifa”, disse, “recebe galardão, e ajunta fruto para a vida
eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se re-
gozijem. Porque nisto é verdadeiro o ditado, que um é o que semeia,
e outro o que ceifa”.
João 4:35-37
. Aí indica Jesus o sagrado serviço
que devem a Deus os que recebem o evangelho. Cumpre-lhes ser
instrumentos vivos em Suas mãos. Ele lhes exige o serviço indivi-
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dual. E quer semeemos ou ceifemos, trabalhamos para Deus. Um
espalha a semente; outro ajunta na ceifa; e tanto o semeador como o
ceifeiro recebem galardão. Regozijam-se ambos na recompensa do
seu labor.
Jesus disse aos discípulos: “Eu vos enviei a ceifar onde vós não
trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho”.
João 4:38
. O Salvador antecipa aqui a grande colheita do dia de
Pentecostes. Os discípulos não deviam considerá-la como resultado
dos próprios esforços. Entravam no trabalho de outros homens.
Desde a queda de Adão, Cristo estivera sempre a confiar a semente
da Palavra a Seus escolhidos servos, para ser semeada nos corações
humanos. E uma invisível influência, sim, uma força onipotente,
operava silenciosa, mas eficazmente para produzir a colheita. O
orvalho, a chuva e o Sol da graça de Deus haviam sido dados para
refrescar e nutrir a semente da verdade. Cristo estava prestes a
regar a semente com Seu próprio sangue. Seus discípulos tinham o
privilégio de ser coobreiros dEle e dos santos homens da antiguidade.
Pelo derramamento do Espírito Santo, no Pentecostes, milhares se
haviam de converter em um dia. Isso era o resultado da semente
lançada por Cristo, a colheita de Seu labor.
Nas palavras dirigidas à mulher à borda do poço, fora lançada
boa semente, e quão rapidamente se obteve a colheita! Os samari-
tanos vieram a ouvir Jesus, e nEle creram. Aglomerando-se ali em
torno dEle, assediaram-nO com perguntas, recebendo ansiosamente
Suas explicações de muitas coisas que para eles haviam sido obscu-
ras. Escutando-O, suas perplexidades se começaram a desvanecer.
Eram como um povo em meio de grande treva, seguindo um súbito
raio de luz, até chegarem à claridade do dia. Mas não se satisfize-
ram com essa breve entrevista. Ansiavam ouvir mais, e dar a seus
amigos também oportunidade de ouvir esse maravilhoso Mestre.