Página 165 - O Desejado de Todas as Na

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Betesda e o Sinédrio
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sido cercado de toda espécie de restrições destituídas de senso. Não
lhes era um deleite o santo dia do Senhor, digno de honra. Os escribas
e fariseus lhe tinham tornado a observância intolerável fardo. Ao
judeu não era permitido acender fogo, nem mesmo uma vela no
sábado. Conseqüentemente, o povo dependia dos gentios quanto a
muitos serviços que seus regulamentos proibiam que fizessem para
si mesmos. Não refletiam que, se essas ações eram pecaminosas, os
que empregavam outros para as praticar eram tão culpados como se
as houvessem praticado eles próprios. Julgavam que a salvação se
restringia aos judeus, e sendo a condição dos outros já desesperada,
não se poderia tornar pior. Mas Deus não deu mandamentos que não
possam ser obedecidos por todos. Suas leis não sancionam quaisquer
restrições irrazoáveis ou egoístas.
Jesus encontrou no templo o homem que fora curado. Este viera
trazer uma oferta pelo pecado, e também uma de ações de graças
pela grande bênção recebida. Encontrando-o entre os adoradores,
Jesus deu-Se a conhecer, com a advertência: “Eis que já estás são;
não peques mais, para que não te aconteça alguma coisa pior”.
João
5:14
.
O enfermo restaurado regozijou-se extremamente por encontrar
seu Libertador. Ignorando a inimizade que existia contra Jesus, disse
aos fariseus que o haviam interrogado, que era este O que o curara.
“Por esta causa os judeus perseguiam a Jesus, e procuravam matá-Lo
porque fazia estas coisas no sábado”.
João 5:16
.
Jesus foi levado perante o Sinédrio para responder à acusação
de violador do sábado. Houvessem os judeus sido a esse tempo uma
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nação independente, e tal acusação lhes teria servido ao desígnio
de O condenar à morte. Sua sujeição aos romanos impediu isso. Os
judeus não tinham poder para infligir pena de morte, e as acusações
apresentadas contra Cristo não tinham peso num tribunal romano.
Outros objetivos existiam, entretanto, que esperavam conseguir. Não
obstante seus esforços para anular-Lhe a obra, Cristo estava adqui-
rindo, mesmo em Jerusalém, influência superior à deles próprios.
Multidões que se não interessavam nas arengas dos rabis, eram atraí-
das por Seus ensinos. Podiam-Lhe compreender as palavras, e seu
coração era aquecido e confortado. Ele falava de Deus, não como
de vingativo juiz, mas de um terno pai, e revelar Sua imagem como
refletida num espelho. Suas palavras eram como bálsamo para o