Página 166 - O Desejado de Todas as Na

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O Desejado de Todas as Nações
espírito magoado. Tanto pelas palavras como pelas obras de miseri-
córdia, estava Ele derribando o opressivo poder das velhas tradições
e mandamentos de homens, e apresentando o amor de Deus em sua
inesgotável plenitude.
Numa das primeiras profecias concernentes a Cristo, está escrito:
“O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés,
até que venha Siló; e a Ele se congregarão os povos”.
Gênesis 49:10
.
O povo se estava congregando a Cristo. Os corações simpatizantes
da multidão aceitavam lições de amor e beneficência, ao invés das
rígidas cerimônias exigidas pelos sacerdotes. Não se houvessem
sacerdotes e rabis interposto, e Seus ensinos teriam operado uma
reforma tal como nunca foi testemunhada pelo mundo. A fim de
conservar o poder, no entanto, determinaram esses guias derribar a
influência de Jesus. Sua citação perante o Sinédrio, e uma aberta
condenação de Seus ensinos, contribuiriam para a efetuação desse
desígnio; pois o povo nutria ainda grande reverência por seus guias
religiosos. Quem quer que ousasse condenar as exigências dos ra-
binos, ou tentasse aliviar os fardos postos por eles sobre o povo,
era considerado culpado, não somente de blasfêmia, mas de traição.
Nisso baseavam os rabis sua esperança de despertar suspeitas contra
Cristo. Representavam-nO como procurando subverter os costumes
estabelecidos, causando assim divisão entre o povo, e preparando o
caminho para a completa subjugação dos romanos.
Mas os planos cuja execução esses rabis estavam elaborando
tão zelosamente, originaram-se em outro conselho, que não o do
Sinédrio. Depois de haver fracassado em seu desígnio de vencer a
Cristo no deserto, arregimentara Satanás suas forças para se Lhe
opor ao ministério, obstando, se possível Sua obra. Aquilo que não
conseguira realizar por esforço pessoal, direto, decidira efetuar por
meio de estratégia. Tão depressa se retirara do conflito no deserto, em
concílio com os anjos seus confederados amadureceu os planos para
cegar ainda mais o espírito do povo judeu, a fim de não reconhecerem
seu Redentor. Planejou operar por meio de seus agentes humanos
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do mundo religioso, imbuindo-os de sua própria inimizade contra
o Campeão da verdade. Levá-los-ia a rejeitar a Cristo e a tornar-
Lhe a vida o mais amarga possível, esperando desanimá-Lo em Sua
missão. E os guias de Israel tornaram-se os instrumentos de Satanás
em combater o Salvador.