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O Desejado de Todas as Nações
cer, e o maturante cacho adiar seu belo colorido? Não hão de as
árvores florescer, nem desabrochar as flores no sábado?
Fora assim, e deixariam os homens de ter os frutos da terra, e
as bênçãos que tornam desejável a vida. A natureza deve continuar
seu invariável curso. Deus não poderia por um momento deter Sua
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mão, do contrário o homem desfaleceria e viria a morrer. E o homem
também tem nesse dia uma obra a realizar. Devem-se atender às
necessidades da vida, cuidar dos doentes, suprir as faltas dos ne-
cessitados. Não será tido por inocente o que negligenciar aliviar o
sofrimento no sábado. O santo dia de repouso de Deus foi feito para
o homem, e os atos de misericórdia se acham em perfeita harmonia
com seu desígnio. Deus não deseja que Suas criaturas sofram uma
hora de dor que possa ser aliviada no sábado, ou noutro dia qualquer.
As solicitações para com Deus são ainda maiores no sábado do
que nos outros dias. Seu povo deixa então a ocupação ordinária, e
passa mais tempo em meditação e culto. Pedem-Lhe mais favores no
sábado, que noutros dias. Exigem-Lhe a atenção de modo especial.
Anelam Suas mais preciosas bênçãos. Deus não espera que o sábado
passe para lhes conceder esses pedidos. A obra no Céu não cessa
nunca, e o homem não deve descansar de fazer o bem. O sábado
não se destina a ser um período de inútil inatividade. A lei proíbe
trabalho secular no dia de repouso do Senhor; o labor que constitui o
ganha-pão, deve cessar; nenhum trabalho que vise prazer ou proveito
mundanos, é lícito nesse dia; mas como Deus cessou Seu labor de
criar e repousou ao sábado, e o abençoou, assim deve o homem
deixar as ocupações da vida diária, e devotar essas sagradas horas a
um saudável repouso, ao culto e a boas obras. O ato de Cristo em
curar o enfermo estava de perfeito acordo com a lei. Era uma obra
que honrava o sábado.
Jesus afirmou ter direitos iguais aos de Deus, ao fazer uma obra
da mesma maneira sagrada, e do mesmo caráter daquela em que
Se empenhava o Pai no Céu. Mas os fariseus ficaram ainda mais
exasperados. Ele não somente quebrantara a lei, segundo seu modo
de ver, mas dizendo que “Deus era Seu próprio Pai”, declarara ser
igual a Deus.
Toda a nação judaica chamava a Deus seu Pai, de maneira que se
não deveriam ter assim enfurecido se Cristo Se colocara na mesma