Página 179 - O Desejado de Todas as Na

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Prisão e morte de João Batista
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enfermos e aflitos iam ter com Ele para ser curados. Os cegos iam às
apalpadelas, abrindo caminho entre a multidão; doentes de todas as
classes, alguns buscando conseguir por si mesmos passagem, outros
conduzidos pelos amigos, comprimiam-se, todos ansiosos de chegar
à presença de Jesus. A voz do poderoso Médico penetrava o ouvido
surdo. Uma palavra, um toque de Sua mão, abria os olhos cegos
à contemplação da luz do dia, das cenas da natureza, do rosto dos
amigos e do semblante do Libertador. Jesus repreendia a moléstia e
expulsava a febre. Sua voz chegava aos ouvidos dos moribundos e
erguiam-se com saúde e vigor. Paralisados possessos obedeciam-Lhe
a voz, desaparecia-lhes a loucura, e O adoravam. Ao mesmo tempo
que lhes curava as doenças, ensinava o povo. Os pobres camponeses
e trabalhadores evitados pelos rabis como imundos, rodeavam-nO
de perto, e Ele lhes dizia as palavras de vida eterna.
Assim se passou o dia, os discípulos de João vendo e ouvindo
tudo. Por fim Jesus os chamou a Si, pediu-lhes que fossem, e dis-
sessem a João o que haviam testemunhado, acrescentando: “Bem-
aventurado é aquele que se não escandalizar em Mim.” A prova de
Sua divindade mostrava-se na adaptação da mesma às necessidades
da humanidade sofredora. Sua glória revelava-se na complacência
que tinha para com nossa baixa condição.
Os discípulos levaram a mensagem, e foi o suficiente. João recor-
dou a predição concernente ao Messias: “O Senhor Me ungiu, para
pregar boas-novas aos mansos; enviou-Me a restaurar os contritos
de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão
aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor”.
Isaías 61:1, 2
. As
obras de Cristo não somente manifestavam que Ele era o Messias,
mas mostravam a maneira por que Seu reino havia de ser estabe-
lecido. A João revelara-se a mesma verdade que se desvendara a
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Elias no deserto: “um grande e forte vento [...] fendia os montes e
quebrava as penhas diante da face do Senhor; porém o Senhor não
estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o Senhor
não estava no terremoto; e depois do terremoto um fogo; porém
também o Senhor não estava no fogo” (
1 Reis 19:11, 12
); e depois
do fogo o Senhor falou ao profeta por uma voz mansa e delicada.
Assim Jesus devia fazer Sua obra, não com o choque das armas, nem
a subversão de tronos e reinos, mas falando ao coração dos homens
por uma vida de misericórdia e sacrifício.