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O Desejado de Todas as Nações
ao Batista fazer cair fogo do Céu, ou ressuscitar um morto, como
fizera Elias, ou empunhar a vara do poder de Moisés em nome de
Deus. Foi enviado para anunciar o advento do Salvador, e chamar o
povo a preparar-se para Sua vinda. Tão fielmente cumpriu ele sua
missão, que, ao recordar o povo o que lhes ensinara a respeito de
Jesus, podiam dizer: “Tudo quanto João disse dEste era verdade.”
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Um testemunho assim todo discípulo de Cristo é chamado a dar de
seu Mestre.
Como precursor do Messias, João era “muito mais do que pro-
feta”. Pois ao passo que os profetas haviam visto de longe o advento
de Cristo, a João foi dado contemplá-Lo, ouvir do Céu o testemunho
de Sua messianidade, e apresentá-Lo a Israel como o Enviado de
Deus. Todavia, Jesus disse: “Aquele que é o menor no reino dos
Céus é maior do que ele”.
Mateus 11:11
.
O profeta João foi o elo que ligou as duas dispensações. Como
representante de Deus, apresentou-se para mostrar a relação da lei
e dos profetas para com a dispensação cristã. Era a luz menor, que
havia de ser seguida por outra maior. A mente de João era iluminada
pelo Espírito Santo, a fim de que projetasse luz sobre seu povo;
nenhuma outra luz, porém, nunca brilhou nem jamais brilhará tão
claramente sobre os caídos homens, como a que emanou dos ensinos
e exemplos de Jesus. Cristo e Sua missão, segundo eram tipificados
nos sacrifícios simbólicos, não foram compreendidos senão muito
vagamente. O próprio João não entendera plenamente a vida futura
e imortal mediante o Salvador.
Exceto a alegria que João encontrara em sua missão, sua existên-
cia foi de dores. Raras vezes fora sua voz ouvida a não ser no deserto.
O isolamento foi a sorte que lhe coube. E não lhe foi dado ver os
frutos de seus labores. Não teve o privilégio de estar com Cristo,
e testemunhar a manifestação de poder divino que acompanhava a
maior luz. Não lhe foi concedido ver o cego utilizando a visão, o
enfermo restabelecido e o morto ressuscitado. Não contemplou a
luz que irradiava de cada palavra de Cristo, derramando glória sobre
as promessas da profecia. O menor discípulo que viu as poderosas
obras de Cristo, e Lhe ouviu as palavras, foi, nesse sentido, mais
altamente privilegiado que João Batista e, portanto, diz-se ter sido
maior do que ele.