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O Desejado de Todas as Nações
davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que
saíam da Sua boca”.
Lucas 4:18-20, 22
.
Jesus Se postou diante do povo como vivo expositor das profecias
concernentes a Si próprio. Explicando as palavras que lera, falou
do Messias, como de um libertador dos oprimidos e dos cativos,
médico dos aflitos, restaurador de vista aos cegos e revelador da
luz da verdade ao mundo. Sua maneira impressiva e a maravilhosa
significação de Suas palavras arrebataram os ouvintes com um poder
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nunca antes por eles experimentado. A corrente de influência divina
derribou todas as barreiras; viram, qual Moisés, o Invisível. Sendo
seu coração movido pelo Espírito Santo, respondiam com fervorosos
améns e louvores ao Senhor.
Mas quando Jesus anunciou: “Hoje se cumpriu esta Escritura
em vossos ouvidos” (
Lucas 4:21
), foram de repente levados a pensar
em si mesmos, e nas declarações dAquele que lhes dirigia a Palavra.
Eles, israelitas, filhos de Abraão, haviam sido representados como
em servidão. Tinha-Se-lhes dirigido como presos a serem libertados
do poder do mal; como em trevas e necessitados da luz da verdade.
Seu orgulho ficou ofendido, despertaram-se-lhes os temores. As
palavras de Jesus indicavam que Sua obra por eles havia de ser de
todo diversa do que desejavam. Seus atos deviam ser intimamente
examinados. Não obstante sua exatidão nas cerimônias exteriores,
recuaram da inspeção daqueles puros, penetrantes olhos.
Quem é esse Jesus? indagaram. Aquele que reclamara para Si
a glória do Messias, era o filho de um carpinteiro e trabalhara no
ofício com José, Seu pai. Tinham-nO visto labutando acima e abaixo
das colinas, conheciam-Lhe os irmãos e as irmãs, bem como Sua
vida e labores. Haviam-Lhe acompanhado o desenvolvimento da
infância à mocidade, e desta à varonilidade. Conquanto Sua vida
houvesse sido sem mancha, não queriam crer que fosse o Prometido.
Que contraste entre Seu ensino a respeito do novo reino e o que
tinham ouvido dos anciãos! Jesus nada dissera quanto a libertá-los
dos romanos. Tinham ouvido falar de Seus milagres, e esperaram
que Seu poder fosse exercido para proveito deles; não tinham visto,
porém, nenhum indício nesse sentido.
Ao abrirem a porta à dúvida, o coração endureceu-se-lhes tanto
mais quanto se havia por momentos abrandado. Satanás decidira que
os olhos cegos não se abririam naquele dia, nem almas cativas seriam