Página 197 - O Desejado de Todas as Na

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“Não é este o filho do carpinteiro?”
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torno de todos quantos amam a Deus, para os livrar. De que perigos,
visíveis e invisíveis, temos sido protegidos mediante a intervenção
de anjos, jamais saberemos até que, à luz da eternidade, as provi-
dências de Deus nos sejam reveladas. Saberemos então que toda a
família celestial estava interessada na família aqui de baixo, e que
mensageiros do trono de Deus dia a dia nos assistiram os passos.
Quando Jesus, na sinagoga, leu a profecia, deteve-Se antes da
final especificação relativa à obra do Messias. Havendo lido as pa-
lavras: “A apregoar o ano aceitável do Senhor”, omitiu a frase: “e
o dia da vingança do nosso Deus”.
Isaías 61:2
. Isto era tão exato
como o princípio da profecia e, por Seu silêncio, Jesus não negou a
verdade. Mas essa última expressão era aquela em que Seus ouvintes
gostavam de pensar, e desejavam ver cumprida. Clamavam juízos
contra os pagãos, não discernindo que sua própria culpa era ainda
maior que a deles. Achavam-se eles próprios em profunda necessi-
dade daquela misericórdia que recusavam aos gentios. Aquele dia na
sinagoga, em que Jesus Se ergueu entre eles, era sua oportunidade
de aceitar o chamado do Céu. Aquele que “tem prazer na benigni-
dade” (
Miquéias 7:18
) de bom grado os teria salvo da ruína que seus
pecados estavam a convidar.
Não sem mais um chamado ao arrependimento podia Ele
abandoná-los. Para o fim de Seu ministério na Galiléia, tornou a
visitar a terra de Sua meninice. Depois de haver sido aí rejeitado, a
fama de Suas pregações e milagres encheram a Terra. Ninguém po-
dia agora negar que possuía poder sobre-humano. O povo de Nazaré
sabia que Ele andava fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos
de Satanás. Havia em torno deles aldeias inteiras em que não se ou-
via um gemido de enfermo em casa alguma, pois Ele passara entre
eles e lhes curara todas as enfermidades. A benignidade, revelada
em todo ato de Sua vida, dava testemunho de Sua divina unção.
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Ao ouvirem-Lhe novamente a Palavra, os nazarenos foram mo-
vidos pelo divino Espírito. Mas mesmo então, não queriam admitir
que esse Homem, que fora criado entre eles, fosse diverso, ou maior
que eles próprios. Ainda eram inflamados pela amarga recordação
de que, ao mesmo tempo que afirmava ser Ele próprio o Prometido,
lhes havia na verdade recusado um lugar em Israel; pois lhes mos-
trara serem menos dignos do favor de Deus do que um homem e
uma mulher pagãos. Daí, embora indagassem: “De onde veio a Este