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O Desejado de Todas as Nações
Todos quantos ouviam o Salvador “admiravam a Sua doutrina,
porque a Sua palavra era com autoridade”.
Lucas 4:32
. Ensinava-os
“como tendo autoridade; e não como os escribas”.
Mateus 7:29
. Os
ensinos dos escribas e anciãos eram frios e formais, como uma lição
aprendida de cor. Para eles, a Palavra de Deus não possuía nenhum
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poder vital. Seus ensinos eram substituídos pelas idéias e tradições
deles próprios. Na costumada rotina do culto, professavam explicar
a lei, mas nenhuma inspiração de Deus lhes comovia o coração ou
de seus ouvintes.
Jesus nada tinha que ver com as várias dissensões existentes
entre os judeus. Sua obra era apresentar a verdade. Suas palavras
derramavam uma torrente de luz sobre os ensinos dos patriarcas e
profetas, e as Escrituras chegavam aos homens como uma nova reve-
lação. Nunca antes haviam Seus ouvintes percebido tal profundeza
de sentido na Palavra de Deus.
Jesus abordava o povo no mesmo terreno em que se encontrava,
como alguém que lhes conhecia de perto as perplexidades. Tornava
bela a verdade, apresentando-a da maneira mais positiva e simples.
Sua linguagem era pura, refinada e clara como a água de uma fonte.
A voz era como música aos ouvidos que haviam escutado o monó-
tono tom dos rabis. Mas se bem que fosse simples o ensino, falava
como alguém que tem autoridade. Essa característica punha Seu
ensino em contraste com o de todos os outros. Os rabis falavam
duvidosos e hesitantes, como se as Escrituras pudessem ser interpre-
tadas significando uma coisa ou exatamente o contrário. Os ouvintes
eram diariamente possuídos de uma certeza cada vez maior. Mas
Jesus ensinava as Escrituras com indubitável autoridade. Fosse qual
fosse o assunto, era apresentado com poder, como se Suas Palavras
não pudessem sofrer contestação.
Todavia, era mais fervoroso do que veemente. Falava como al-
guém que tem definido propósito a cumprir. Estava apresentando
as realidades do mundo eterno. Em todos os temas, Deus era reve-
lado. Jesus procurava quebrar o encantamento da cega preocupação
que mantém os homens absorvidos com o terrestre, colocava as
coisas desta vida em sua verdadeira relação, como subordinadas
às de interesse eterno; não lhes passava, contudo, por alto a impor-
tância. Ensinava que o Céu e a Terra se achavam ligados, e que o
conhecimento da divina verdade prepara melhor os homens para o