Página 209 - O Desejado de Todas as Na

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Em Cafarnaum
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cumprimento dos deveres da vida diária. Falava como uma pessoa
familiarizada com o Céu, cônscia de Suas relações com Deus, e
todavia reconhecendo Sua unidade com cada membro da família
humana.
Suas mensagens de misericórdia variavam, a fim de ajustar-se ao
Seu auditório. Sabia “dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está
cansado” (
Isaías 50:4
); pois nos lábios Lhe era derramada a graça,
a fim de que transmitisse aos homens, pela mais atrativa maneira,
os tesouros da verdade. Possuía tato para Se aproximar do espírito
mais cheio de preconceitos, surpreendendo-o com ilustrações que
lhe prendiam a atenção. Por intermédio da imaginação, chegava-lhes
à mente. Suas ilustrações eram tiradas das coisas da vida diária, e,
conquanto simples, encerravam admirável profundeza de sentido.
As aves do céu, os lírios do campo, a semente, o pastor e as ovelhas
— com essas coisas ilustrava Cristo a verdade imortal; e sempre,
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posteriormente, quando Seus ouvintes viam essas coisas da natureza,
elas Lhe evocavam as palavras. As ilustrações de Cristo repetiam-
Lhe continuamente as lições.
Cristo nunca lisonjeava os homens. Não dizia o que lhes fosse
exaltar as fantasias e imaginações, nem os louvava pelas inven-
ções inteligentes; mas pensadores profundos, livres de preconceito,
recebiam-Lhe os ensinos, e verificavam que estes lhes punham à
prova a sabedoria. Maravilhavam-se ante a verdade espiritual ex-
pressa na mais simples linguagem. Os mais altamente instruídos
ficavam encantados com Suas palavras, e os incultos tiravam sempre
delas benefício. Tinha uma mensagem para os iletrados; e levava os
próprios gentios a compreender que tinha para eles uma mensagem.
Sua terna compaixão caía como um toque de saúde nos corações
cansados e aflitos. Mesmo entre a turbulência de inimigos furiosos,
era circundado por uma atmosfera de paz. A beleza de Seu sem-
blante, a amabilidade de Seu caráter e, sobretudo, o amor expresso no
olhar e na voz, atraíam para Ele todos quantos não estavam endure-
cidos na incredulidade. Não fora o espírito suave, cheio de simpatia,
refletindo-se em cada olhar e palavra, e Ele não teria atraído as gran-
des congregações que atraiu. Os aflitos que iam ter com Ele, sentiam
que ligava com os próprios, o interesse deles, como um terno e fiel
amigo, e desejavam conhecer mais das verdades que ensinava. O