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O Desejado de Todas as Nações
Céu era trazido perto. Anelavam permanecer diante dEle, para terem
sempre consigo o conforto de Sua presença.
Jesus observava com profundo interesse as mutações na fisio-
nomia dos ouvintes. Os rostos que exprimiam interesse e prazer,
davam-Lhe grande satisfação. Ao penetrarem as setas da verdade na
mente, rompendo as barreiras do egoísmo, e operando a contrição e
finalmente o reconhecimento, o Salvador alegrava-Se. Quando Seus
olhos percorriam a multidão dos ouvintes, e reconhecia entre eles
os rostos que já vira anteriormente, Seu semblante iluminava-se de
alegria. Via neles candidatos, em perspectiva, a súditos do Seu reino.
Quando a verdade, dita com clareza, tocava algum acariciado ídolo,
observava a mudança de fisionomia, o olhar frio, de repulsa, que
mostrava não ser a luz bem-recebida. Quando via homens recusarem
a mensagem de paz, isso Lhe traspassava o coração.
Falava Jesus na sinagoga acerca do reino que viera estabelecer, e
de Sua missão de libertar os cativos de Satanás. Foi interrompido por
um agudo grito de terror. Um louco precipitou-se dentre o povo para
a frente, exclamando: “Ah! que temos nós contigo, Jesus Nazareno?
Vieste a destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus”.
Lucas
4:34
.
Tudo era agora confusão e alarme. A atenção do povo se desviou
de Cristo, e Suas palavras não foram escutadas. Tal era o desígnio
de Satanás em levar a vítima à sinagoga. Mas Jesus repreendeu o
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demônio, dizendo: “Cala-te, e sai dele. E o demônio, lançando-o por
terra no meio do povo, saiu dele sem lhe fazer mal”.
Lucas 4:35
.
O espírito desse mísero sofredor fora entenebrecido por Satanás,
mas, em presença do Salvador, um raio de luz lhe penetrara as trevas.
Foi despertado, e ansiou a libertação do domínio do maligno; mas o
demônio resistia ao poder de Cristo. Quando o homem tentou apelar
para Cristo em busca de auxílio, o espírito mau pôs-lhe nos lábios as
palavras, e ele gritou em angústia de temor. O possesso compreendia
em parte achar-se em presença de Alguém que o podia libertar; mas,
ao tentar chegar ao alcance daquela poderosa mão, outra vontade
o segurou; outras palavras encontraram expressão por meio dele.
Terrível era o conflito entre o poder de Satanás e seu próprio desejo
de libertação.
Aquele que vencera Satanás no deserto da tentação, foi nova-
mente colocado face a face com Seu adversário. O demônio exercia