Página 223 - O Desejado de Todas as Na

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“Podes tornar-me limpo”
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Jesus estava ensinando na casa de Pedro. Segundo seu costume,
os discípulos sentaram-se-Lhe bem próximo, em torno, e “estavam
ali assentados fariseus e doutores da lei, que tinham vindo de todas
as aldeias da Galiléia e da Judéia, e de Jerusalém”. Estes tinham
ido como espias, buscando motivo de acusação contra Jesus. Além
desses oficiais, apinhava-se a multidão mista — os sinceros, os
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reverentes, os curiosos e os incrédulos. Nacionalidades diversas, e
todos os graus sociais se achavam representados. “E a virtude do
Senhor estava com Ele para curar.” O Espírito de vida pairava por
sobre a assembléia, mas fariseus e doutores não Lhe discerniam a
presença. Não experimentavam nenhum sentimento de necessidade,
e a cura não era para eles. “Encheu de bens os famintos, e despediu
vazios os ricos”.
Lucas 1:53
.
Repetidamente procuraram os condutores do paralítico abrir ca-
minho por entre a multidão, mas em vão. O enfermo olhava em
derredor de si com indizível angústia. Quando o tão ansiado socorro
tão perto estava, como poderia renunciar à esperança? Por suges-
tão sua, os amigos o levaram ao telhado e, abrindo um buraco no
teto, baixaram-no aos pés de Jesus. O discurso foi interrompido.
O Salvador contemplou o doloroso semblante, e viu os suplican-
tes olhos fixos nEle. Compreendeu; tinha atraído a Si aquele per-
plexo e duvidoso espírito. Enquanto o paralítico ainda se achava em
casa, o Salvador infundira-lhe convicção na consciência. Quando
se arrependera de seus pecados, e crera no poder de Jesus para o
curar, as vitalizantes misericórdias do Salvador haviam começado a
beneficiar-lhe o anelante coração. Jesus observara o primeiro lam-
pejo de fé transformar-se em crença de que Ele era o único auxílio
do pecador, e vira-o tornar-se mais e mais forte a cada novo esforço
para chegar a Sua presença.
Agora, em palavras que soaram qual música aos ouvidos do
enfermo, o Salvador disse: “Filho, tem bom ânimo; perdoados te são
os teus pecados”.
Mateus 9:2
.
O fardo de desespero cai da mente do doente; repousa-lhe no
espírito a paz do perdão, brilhando-lhe no semblante. O sofrimento
físico desaparece, e todo o seu ser é transformado. O impotente
paralítico estava curados perdoado o culpado pecador!
Em fé singela aceitou as palavras de Jesus como o favor de uma
nova vida. Não insiste em nenhum outro pedido, mas permanece em