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O Desejado de Todas as Nações
jubiloso silêncio, demasiado feliz para se exprimir em palavras. A
luz do Céu irradiava-lhe da fisionomia, e o povo contemplava a cena
com assombro.
Os rabis haviam esperado ansiosamente a ver que faria Jesus
com esse caso. Lembravam-se de como o homem apelara para eles,
em busca de auxílio, e lhe tinham recusado esperança ou simpatia.
Não satisfeitos com isso, haviam declarado que estava sofrendo
a maldição de Deus por causa de seus pecados. Tudo isso lhes
acudiu novamente à lembrança ao verem o enfermo diante de si.
Observaram o interesse com que todos contemplavam a cena, e
experimentaram terrível temor de perder a influência sobre o povo.
Esses dignitários não trocaram palavras, mas olhando-se leram
no rosto uns dos outros o mesmo pensamento de que alguma coisa
se devia fazer para deter a onda dos sentimentos. Jesus declarara que
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os pecados do paralítico estavam perdoados. Os fariseus tomaram
essas palavras como blasfêmia, e conceberam a idéia de apresentá-
las como pecado digno de morte. Disseram em seu coração: “Ele
blasfema; quem pode perdoar pecados senão só Deus?”
Mateus 9:3
.
Fixando sobre eles o olhar, sob o qual se acovardaram e recuaram,
disse Jesus: “Por que pensais mal em vossos corações? Pois qual
é mais fácil dizer: Perdoados te são os pecados; ou dizer: Levanta-
te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na
Terra autoridade para perdoar pecados”, disse então ao paralítico:
“Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa”.
Mateus 9:4-6
.
Então aquele que fora levado a Cristo num leito, pôs-se de pé
num salto, com a elasticidade e o vigor da juventude. A vitalizante
seiva agita-se-lhe nas veias. Cada órgão de seu corpo rompe em
súbita atividade. As cores da saúde sucedem à palidez da morte
próxima. “E levantou-se, e, tomando logo o leito, saiu em presença
de todos, de sorte que todos se admiraram e glorificaram a Deus,
dizendo: Nunca tal vimos”.
Marcos 2:12
.
Oh! maravilhoso amor de Cristo, inclinando-se para curar o
culpado e o aflito! A Divindade compadecendo-Se dos males da
sofredora humanidade, e suavizando-os! Oh! maravilhoso poder
assim manifestado aos olhos dos filhos dos homens! Quem pode
duvidar da mensagem de salvação? Quem pode menosprezar as
misericórdias de tão compassivo Redentor?