Página 226 - O Desejado de Todas as Na

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O Desejado de Todas as Nações
de Sua atitude apresentava assinalado contraste com o porte altivo
deles. Ficaram desconcertados e confundidos, reconhecendo, mas
não confessando, a presença de um Ser superior. Quanto mais forte
era a evidência de que Jesus tinha poder na Terra para perdoar
pecados, tanto mais firmemente se entrincheiravam na incredulidade.
Da casa de Pedro, onde tinham assistido ao restabelecimento do
paralítico por Sua palavra, saíram para formular novos planos, a fim
de reduzir ao silêncio o Filho de Deus.
A enfermidade física, se bem que maligna e fundamente arrai-
gada, foi afastada pelo poder de Cristo; a enfermidade espiritual,
porém, firmou o império sobre os que fecharam os olhos à luz. A
lepra e a paralisia não eram tão terríveis quanto a hipocrisia e a
incredulidade.
Na casa do paralítico restaurado foi grande o regozijo quando
ele voltou para a família, conduzindo com facilidade o leito em que,
pouco antes, fora vagarosamente levado de perto deles. Reuniram-
se-lhe em torno com lágrimas de alegria, mal ousando crer no que
seus olhos viam. Ali estava ele em sua presença, no pleno vigor da
varonilidade. Os braços que tinham visto sem vida, estavam pron-
tos a obedecer imediatamente a sua vontade. A carne, contraída e
arroxeada, achava-se agora rosada e fresca. Caminhava com passo
firme e desembaraçado. A alegria e a esperança achavam-se-lhe
impressas em cada linha do rosto; e uma expressão de pureza e paz
havia substituído os vestígios do pecado e do sofrimento. Daquele
lar ascenderam jubilosas ações de graças, e Deus foi glorificado por
meio do Filho, que restituíra a esperança ao abatido e força ao aflito.
Esse homem e sua família estavam dispostos a dar a vida por Je-
sus. Nenhuma dúvida lhes enfraquecia a fé, nenhuma incredulidade
lhes maculava a lealdade para com Aquele que lhes levara luz ao
ensombrado lar.
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