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O Desejado de Todas as Nações
espírito. Teriam suas provas, suas ofensas mútuas, suas divergências
de opinião; mas enquanto Cristo habitasse no coração, não poderia
haver discórdia. Seu amor levaria ao amor de uns pelos outros; as
lições do Mestre conduziriam à harmonização de todas as diferen-
ças, pondo os discípulos em unidade, até que fossem de um mesmo
espírito, de um mesmo parecer. Cristo é o grande centro, e eles se
deveriam aproximar uns dos outros exatamente na proporção em
que se aproximassem do centro.
Quando Cristo concluiu as instruções aos discípulos, reuniu em
torno de Si o pequeno grupo, bem achegados a Ele e, ajoelhando no
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meio deles e pondo-lhes as mãos sobre a cabeça, fez uma oração
consagrando-os à Sua sagrada obra. Assim foram os discípulos do
Senhor ordenados para o ministério evangélico.
Cristo não escolheu, para Seus representantes entre os homens,
anjos que nunca pecaram, mas seres humanos, homens semelhantes
em paixões àqueles a quem buscavam salvar. Cristo tomou sobre
Si a humanidade, a fim de chegar à humanidade. A divindade ne-
cessitava da humanidade; pois era necessário tanto o divino como o
humano para trazer salvação ao mundo. A divindade necessitava da
humanidade, a fim de que esta proporcionasse meio de comunicação
entre Deus e o homem. O mesmo se dá com os servos e mensageiros
de Cristo. O homem necessita de um poder fora e acima dele, para
restaurá-lo à semelhança com Deus e habilitá-lo a fazer Sua obra;
isso, porém, não faz com que o instrumento humano deixe de ser
essencial. A humanidade apodera-se do poder divino, Cristo habita
no coração pela fé; e, por meio da cooperação com o divino, o poder
do homem torna-se eficiente para o bem.
Aquele que chamou os pescadores da Galiléia, chama ainda ho-
mens ao Seu serviço. E está tão disposto a manifestar por nosso
intermédio o Seu poder, como por meio dos primeiros discípulos.
Imperfeitos e pecadores como possamos ser, o Senhor estende-
nos o oferecimento da comunhão com Ele, do aprendizado com
Cristo. Convida-nos a colocar-nos sob as instruções divinas, para
que, unindo-nos a Cristo, possamos realizar as obras de Deus.
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a ex-
celência do poder seja de Deus, e não de nós”.
2 Coríntios 4:7
. Foi
por isso que a pregação do evangelho foi confiada a homens falí-
veis e não aos anjos. É manifesto que o poder que opera através