Página 271 - O Desejado de Todas as Na

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O centurião
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Lhe os doentes para que os curasse, e sempre com a esperança de
que Aquele que empunhava tão assombroso poder Se manifesta-
ria como Rei de Israel. Uma multidão apinhava-se-Lhe em torno,
embaraçando-Lhe os passos, e alegre e esperançoso era o cortejo que
O seguia pelo pedregoso trilho rumo à porta da cidade montanhesa.
Ao aproximarem-se, vêem um cortejo fúnebre que saía da porta.
Dirige-se lentamente ao local do enterro. Num esquife aberto, em
frente, jaz o morto, e em volta os pranteadores, enchendo os ares de
lamentosos gritos. Todo o povo da cidade parecia haver-se ajuntado
para manifestar seu respeito pelo morto, e simpatia para com a
enlutada família.
Era um espetáculo de molde a despertar a compaixão. O fale-
cido era filho único de sua mãe, e esta uma viúva. A solitária aflita
acompanhava à sepultura seu único sustentáculo e conforto terrestre.
“Vendo-a, o Senhor moveu-Se de íntima compaixão por ela.” Ca-
minhando a pobre mãe, olhos cegados pelo pranto, sem reparar em
Sua presença, Ele Se lhe chegou bem perto, dizendo suavemente:
“Não chores”.
Lucas 7:13
. Cristo estava prestes a transformar-lhe a
dor em alegria; não pôde, no entanto, eximir-se a essa expressão de
terna simpatia.
“Chegando-Se, tocou o esquife”; nem mesmo o contato com
um morto Lhe podia comunicar qualquer contaminação. Os condu-
tores detiveram-se; cessaram as lamentações dos pranteadores. Os
dois acompanhamentos reuniram-se em torno do ataúde, esperando
contra todas as expectativas. Ali estava Alguém que banira a enfer-
midade e vencera demônios; estaria também a morte sujeita a Seu
poder?
Em voz clara, cheia de autoridade, são proferidas as palavras:
“Jovem, eu te mando: Levanta-te”.
Lucas 7:14
. Aquela voz penetra
nos ouvidos do morto. O jovem abre os olhos. Jesus o toma pela
mão, e o ergue. Seu olhar pousa naquela que lhe chorava ao lado, e
mãe e filho unem-se num longo, estreito, jubiloso abraço. A multi-
dão, silenciosa, contempla a cena, como fascinada. “E de todos se
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apoderou o temor.” Mudos e reverentes permaneceram por algum
tempo, como em presença do próprio Deus. Depois “glorificavam
a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus
visitou o Seu povo”. A procissão fúnebre volveu a Naim como um