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O Desejado de Todas as Nações
misericórdia, nos salvou”.
Tito 3:5
. Quando Satanás vos diz que sois
pecador, e não podeis esperar receber bênçãos de Deus, dizei-lhe que
Cristo veio ao mundo para salvar pecadores. Nada temos que nos
recomende a Deus; mas a justificação em que podemos insistir agora
e sempre, é nossa condição de completo desamparo, o qual torna
uma necessidade Seu poder redentor. Renunciando a toda confiança
própria, podemos olhar à cruz do Calvário e dizer: “O preço do
resgate eu não o tenho; à Tua cruz prostrado me sustenho.”
Os judeus haviam sido instruídos desde a infância, quanto à obra
do Messias. Pertenciam-lhes as inspiradas declarações dos patriar-
cas e profetas, bem como o simbólico ensino do serviço sacrifical.
Haviam, porém, desprezado a luz; e agora nada viam em Jesus de
desejável. Mas o centurião, nascido no paganismo, educado na ido-
latria de Roma imperial, instruído como soldado, aparentemente
separado da vida espiritual pela educação e o ambiente, e ainda
mais excluído pelo fanatismo dos judeus, e pelo desprezo de seus
patrícios pelo povo de Israel — esse homem distinguiu a verdade
a que eram cegos os filhos de Abraão. Não esperou para ver se os
próprios judeus receberiam Aquele que Se dizia o seu Messias. Ao
brilhar sobre ele “a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que
vem ao mundo” (
João 1:9
), havia, embora afastado, discernido a
glória do Filho de Deus.
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Para Jesus este foi um penhor da obra que o evangelho havia de
realizar entre os gentios. Com alegria, antecipou a reunião de almas
de todas as nações ao Seu reino. Com profunda tristeza, descreveu
aos judeus o resultado da rejeição de Sua graça por parte deles: “Eu
vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e assentar-se-ão
à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos Céus; e os filhos
do reino serão lançados nas trevas exteriores: ali haverá pranto e
ranger de dentes.” Ai! quantos ainda se estão preparando para a
mesma fatal decepção! Enquanto almas mergulhadas nas trevas do
paganismo Lhe aceitam a graça, quantos há em terras cristãs, sobre
os quais a luz resplandece apenas para ser rejeitada!
A uns trinta quilômetros de Cafarnaum, num planalto com vis-
tas sobre a vasta e bela planície de Esdraelom, achava-se a vila de
Naim, e para ali dirigiu Jesus em seguida os Seus passos. Muitos
dos discípulos e outros se achavam com Ele, e pelo caminho vinha o
povo, ansiando ouvir-Lhe palavras de amor e compaixão, trazendo-